O Governo anunciou hoje que vai accionar a Inspecção-Geral das Finanças, como órgão de controle das contas públicas, para averiguar as denúncias contra o presidente do Centro Nacional Ortopédico e de Reabilitação Funcional (Cenorf), Bernardino Gonçalves.
O ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, fez esta revelação à imprensa à margem da conferência internacional "Reabilitação: Uma Questão de Justiça Social", enquadrado no programa comemorativo do 20º aniversário do Cenorf.
Segundo o governante, como entidade que recebe financiamento do Estado e que se encontra neste momento sob suspeita de membros da direcção, cabe ao Governo autuar à Inspecção-Geral das Finanças para uma auditoria interna.
“Não julgando ninguém, colocando todos os pormenores em cima da mesa, só a inspecção é que nos vai dizer quem tem razão ou não em vez deste bate-boca público que não é nada agradável nem para a instituição nem para a própria organização”, pontuou, não descartando a hipótese de encaminhar o processo ao Tribunal de Contas.
O ministro pediu serenidade e para deixar que a instituição continue as actividades, realçando que a auditoria prevê a clarificação necessária dos factos e de todos os envolvidos.
Os membros da Associação Cabo-verdiana das Pessoas com Deficiência (ACD) solicitaram esta quarta-feira, 19, uma auditoria interna e externa a fim de analisar as actividades financeiras e as transacções realizadas para o exterior pelo actual presidente Bernardino Gonçalves.
Numa entrevista concedida à Inforpress, Diamantino Moreno, presidente da mesa da Assembleia-Geral da ACD, avançou que Bernardino Gonçalves não tem cumprido com o estatuto e que apenas obedece às regras quando é do "interesse pessoal" e não da organização que gere de forma "autoritária e desrespeitosa".
De entre as várias ilegalidades indicou uma transferência feita por Bernardino Gonçalves no montante de 2.500 contos para o exterior, ressaltando que tem ocupado o poder de todos os órgãos máximos como a função de presidente da ACD, PCA do Cenorf e director nacional do Cenorf.
Instado a comentar as várias acusações que pairam sobre sua pessoa, Bernardino Gonçalves explicou que a associação conheceu períodos conturbados que culminaram nas eleições realizadas em Abril de 2024 com a nomeação da nova equipa que se encontra, neste momento, numa "fase de transição".
Sobre a assunção dessas e outras atitudes supostamente ilegais, Bernardino Gonçalves respondeu que a imprensa “não é lugar” de expor a situação “familiar” da associação e que os estatutos e as questões têm locais adequados para serem discutidos.
A Semana com Inforpress
Terms & Conditions
Report
My comments