De A a Z, a lista de combatentes da liberdadade da pátria é grande! A de Amílcar Cabral e de Aristides Pereira, D de Domingos Ramos, J de Jaime Mota ou  P de Pedro Pires, entre muitos de um rol extenso de combatentes.É deveras interessante, ouvir uma “flor da revolução” falar do líder Amílcar Cabral como tendo sido  assassinado dois anos antes de Cabo Verde constituir-se independente. Falam, pintam Amílcar Cabral de forma criativa e colorida, cores fortes, cores de África, que já estão na génese das nossas crianças!

Por Elsa Fontes

Tenho para mim, que se deve fazer juz a estes Heróis Esquecidos, que ajudaram a construir os pilares para a História de Cabo Verde (e Guiné-Bissau), pois sem eles, dificilmente se puderia proclamar a Independência , fazendo parte do movimento de libertação, da luta armada como “peças” fundamentais na sua sustentabilidade.                                                                   

A cerimónia de deposição de uma coroa de flores no mausoléu do líder, no dia 20 da Janeiro, aconteceu mais uma vez com honras de Estado, na presença de muitos combatentes da pátria.

A estes, cabe o papel de “partilhar” a história da luta armada com os mais novos, com as novas gerações, passando o testemunho de forma a que a nossa História seja mais completa, mais consistente, e não feita apenas pelas novas tecnologias de informação e comunicação, por uma sociedade ciberrnética.

A “tradição oral” deve fazer parte (de novo) dos nossos costumes, trazendo à “baila” a memória social de como o caboverdiano se tornou um povo independente , para pudermos perceber, o seu desenvolvimento mediante um ideário, até aos dias de hoje, onde somos confrontados com tanta informação de acesso fácil e rápido.

…E temos os hérois que não são conhecidos… esquecidos, os guineenses que estavam na mata, os agricultores, pescadores… e os que saíram de Cabo Verde, num tempo de miséria e foram mobilizados para integração das fileiras do PAIGC na Guiné-Bissau.

Os que faziam trabalhos secundários (muitos eram mulheres) transportando na cabeça material bélico, víveres, água…! Os hérois esquecidos, tal como o “soldado desconhecido”,  não deveriam ter igualmente um reconhecimento do Estado? Pela sua fidelidade, luta, força que, …concerteza, ajudou ao êxito da luta armada.

 De outra forma de “emigração”, os hérois caboverdianos vão para a Guiné-Bissau, em busca de melhores condições de vida… que neste caso é sinónimo de luta pela independência.

Voltando à “passagem de testemunho”, espera-se, das gerações anteriores, informação escrita da história destes  “soldados desconhecidos”, que fizeram parte integrante de momentos marcantes - e para lá de decisivos- do nosso percurso, enquanto imbuídos de um espiríto nacionalista, sofrendo as consequências de um conflito, passando fome e frio, longe das suas famílias, vendo camaradas a perecer ao seu lado.

Que será feito deles? …muitos faleceram antes do desfecho da luta armada, outros restam no anonimato tendo dado a sua contribuição, e quiça, outros estão hoje em dia “marcados” pela luta, mas bem ou mal, tocam a sua vida.

Tenho para mim, que se deve fazer juz a estes Heróis Esquecidos, que ajudaram a construir os pilares para a História de Cabo Verde (e Guiné-Bissau), pois sem eles, dificilmente se puderia proclamar a Independência , fazendo parte do movimento de libertação, da luta armada como “peças” fundamentais na sua sustentabilidade.