O Presidente candidato às eleições presidenciais na Guiné Bissau, José Mário Vaz, prossegue a sua campanha, denunciando, segundo a AFP, o seu arqui-rival, Domingos Simões Pereira de ter pedido a CEDEAO para lhe aplicar sanções e aos filhos da terra. O Presidente disse que não tarda haverá sanções divinas contra aqueles que querem que ele seja sancionado pela CEDEAO. Já o secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, afirmou que medidas da comunidade internacional, nomeadamente as da CEDEAO, vão garantir as condições para que as eleições presidenciais de 24 de novembro "corram com normalidade".
Na sua ação de campanha eleitoral pelas localidades do interior e norte da Guiné-Bissau, José Mário Vaz vai explicando aos seus apoiantes os contornos das decisões que a CEDEAO poderá tomar contra ele.
Falando, ontem, na localidade de Farim, terra natal do seu arqui-rival Domingos Simões Pereira, José Maio Vaz disse que foi Simões Pereira quem terá solicitado à CEDEAO para que avance com sanções contra alguns filhos da Guiné-Bissau, entre os quais o próprio José Mário Vaz.
Segundo a AFP, o Presidente cessante e candidato à sua própria sucessão disse que Domingos Simões Pereira mandou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzy Barbosa à cimeira da CEDEAO, que teve lugar ontem no Níger, para que convença os líderes daquela organização sub-regional a aplicarem sanções aos políticos guineenses.
José Mário Vaz considerou o dia de ontem,08, de triste para a Guiné-Bissau, mas frisou que nenhuma sanção poderá calar a dignidade dos guineenses, ainda mais quando se sabe que tudo não passa de intrigas.
Disse, por outro lado, que na Guiné-Bissau não há nenhuma guerra, não há mortes de pessoas por razões políticas. Que nunca se envolveu nos problemas dos outros países e que na Guiné-Bissau uma simples altercação entre duas pessoas é logo motivo para intervenção estrangeira.
José Mário Vaz afirmou ainda que até pode ser alvo de sanções hoje, mas que, não tarda nada, a sanção divina virá contra aqueles que estão a pedir para ser castigado pela CEDEAO.
CPLP considera que decisões da CEDEAO vão assegurar eleições guineenses
Entretanto, o secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, afirmou que medidas da comunidade internacional vão garantir as condições para que as eleições presidenciais de 24 de novembro "corram com normalidade".
Segundo a Lusa, o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmou que as medidas anunciadas esta sexta-feira (08.11) pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) vão no sentido de assegurar que as eleições presidenciais na Guiné-Bissau decorram normalmente.
Na opinião do embaixador Francisco Ribeiro Telles, as posições que a comunidade internacional tem tomado sobre a crise política guineense vão ao encontro do que a CPLP "sempre preconizou desde o início, ou seja, que com as eleições presidenciais se fecha um ciclo eleitoral".
"O que é importante para nós, a CPLP, é que estejam asseguradas as condições para que as eleições presidenciais corram com normalidade", afirmou. "As medidas que a CEDEAO preconiza vão nesse sentido, de assegurar, de facto, que as eleições decorram normalmente."
Esta sexta-feira,08, após a cimeira extraordinária convocada no Níger, a CEDEAO advertiu o Presidente guineense, José Mário Vaz, de que qualquer tentativa de usar as forças armadas para impor um ato ilegal será "considerada um golpe de Estado".
Comunidade internacional numa só voz e observador da CPLP
A organização, prossegue o diplomata, também reforçou o contingente e o mandato da Ecomib, força militar da CEDEAO na Guiné-Bissau, "para permitir fazer face aos desafios que se colocam antes, durante e depois das eleições".
O secretário-executivo da CPLP sublinhou que o importante é que a posição da CEDEAO, assim como da União Africana, Nações Unidas e de todos os atores intervenientes no processo da Guiné-Bissau, vá no mesmo caminho. "De forma que só nos podemos regozijar com o facto de a comunidade internacional falar a uma só voz e no sentido de que as eleições presidenciais decorram normalmente", afirmou.
Uma missão de observação eleitoral da CPLP chefiada pelo antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Oldemiro Balói, deve partir a Bissau a 16 de novembro para acompanhar as eleições presidenciais agendadas para o dia 24.
"Há um firme propósito da CPLP de continuar os seus preparativos para que a missão de observação eleitoral possa estar no terreno a partir do dia 17. E o chefe da missão também estará em Bissau dois ou três dias mais tarde", disse a mesma fonte citada pela Lusa.
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