sexta-feira, 22 novembro 2024

E ECONOMIA

Turismo: Boa Vista no auge, Sal em decadência

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Enquanto que na Boa Vista o sector turístico está a “bombar”, no Sal as gerências dos hotéis estão a apertar o cinto para driblar a crise. A ilha das dunas regista uma taxa de ocupação que varia entre 70 a 95%, roubando o pódio ao Sal, onde o turismo está em queda livre: a ocupação nos principais hotéis não passa de 50% durante este verão de 2009. A crise internacional está a afectar directamente os cabo-verdianos, mas quando o assunto é turismo não se pode negar que em Cabo Verde enquanto uns destinos sofrem outros estão de sorriso aberto.

A taxa de ocupação no hotel Riu Karamboa, Boa Vista, chegou aos 95% no último mês. Em Junho a lotação esteve a volta de 93%, cerca de 13% a mais do que em Maio. O Riu Karamboa deixou, assim, os seus piores números lá para o começo da sua actividade na ilha, quando não passou da marca dos 65%, em Novembro. Nos dois meses seguintes, os turistas vieram em peso para passar o Natal e fim de ano, ascendendo assim para 75%. Em Fevereiro e Março houve uma ligeira queda: 70%. A recuperação foi imediata: 75% em Abril e 80% em Maio.

Boa ocupação nos outros hotéis da Boa Vista

Quem soube muito bem driblar esta crise é o Hotel Boa Vista, situado no coração da Vila de Sal Rei. Associado à operadora turística Sol Trópico e à agência de Viagem Clamtour, desde o fim do ano passado, este pequeno hotel só vem somando turistas. Esta semana o Hotel esteve completamente cheio.

Com a abertura do Riu Karamboa, o Venta Clube começou a decair um pouco, mas aos poucos foi-se recuperando. Neste momento a ocupação oscila entre 50 e 70%.

Os residenciais e guesthouse’s da ilha também estão saber lidar com a crise que afecta o sector turístico e imobiliário a nível mundial. E têm os seus clientes garantidos: Os que não gostam de turismo de massa, preferem hotéis pequenos, de carácter familiar. A aposta também está no turismo interno. Os residenciais e guesthouses e aparthotéis estão a praticar preços mais baixos, para a conquista dos turistas nacionais.

Enquanto o turismo reluz na Boa Vista, no Sal a situação é crítica. O hotel Odjo d’Água, com capacidade para 46 quartos, tem uma taxa actual de apenas 24 %, mas espera um aumento de 13,5% até fins de Agosto. Esta unidade quer agora conquistar turistas nacionais, através de publicidades na comunicação social cabo-verdiana. Música ao vivo e a gastronomia cabo-verdiana são outras "iscas" para encher o hotel.

O mesmo acontece com o Hotel Djad’ Sal, que reduziu quase 40% do preço dos quartos. Mas nem essa redução drástica na sua diária fez com que a taxa de ocupação actual deixasse a casa dos 50%. Uma situação difícil para quem no ano passado esteve praticamente lotado. O director do hotel está confiante de que vai aumentar em Agosto, mês que sempre acontece o pico de visitas à ilha do Sal. Ainda assim, não acredita que este aumento vá cobrir as perdas que a unidade hoteleira enfrentou durante todos estes meses.

Em geral, todos os hotéis do Sal queixam-se da redução de números de turistas. Enquanto esta crise não termina cada um está a tentar sobreviver a sua maneira: Baixar o preço, reduzir os custos, apostar em actividades culturais e tradicionais são algumas das medidas que as gerências dos hotéis do Sal estão tomar para não fecharem as portas.

Mas como toda a crise tem o seu lado bom, esta fez os operadores turísticos e donos de hotéis despertar para um segmento que até agora não ligavam nenhuma: o turismo interno, com algum poder de compra e que pode muito bem viabilizar o negócio quando as portas lá fora vão se fechando aos poucos. Afinal, a crise é "braba"lá fora e a classe média, principal motor do turismo internacional, está falida. E os de cá, não porque estejam a nadar em dinheiro, podem sempre dar uma satada aos hotéis, se os preços forem convidativos e a oferta não lhes faça sentir um peixe fora de água. A solução "Odju D’Aga" é um exemplo de que a crise pode também ajudar-nos a descobrir ’tesouros" escondidos, cujo valor, à força de sempre olhar para o lado, pode revelar-se uma grande e agradável surpresa. Quem sabe esta crise não seja o começo do fim de um "turismo água de açucar", que não sabe a nada porque incaracterístico, para fazer emergir um turismo com a marca Cabo Verde gravada com as cores fortes da música, gastronomia, história e tradição de um povo único e sem igual.

Bem hajam novos tempos!

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 20 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 19 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 17 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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