Tem contorno do despótico reinado de casta e pária. Dispara a olho nu e adquire enormes proporções. É uma afrontosa realidade. Alguns profissionais aguardam por aumento de rendimento do seu trabalho ou da pensão há mais de década. Quando uma rasca e tosca ideologia permite igualar o desigual e nivelar por baixo e por via do decreto, estamos diante do comunismo, disfarçado de um falso liberalismo. Quem não aplique o princípio retor e transversal do Direito, consubstanciado na sacra proporcionalidade, dando a cada um o que merece e na medida do seu valor, o propalado Estado Democrático de Direito fica esvaziado do seu fundante ideal de bem. É apenas uma miragem, uma flácida e insultuosa conversa fiada para a dita classe média.
Por Domingos Landim de Barros*
No umbigo de horizonte é o génio que desponta. É na Enseada do Levante da minha terra.Ergue-se formoso e vertical, desafiando a gravidade de formidável imposição, sempre a subir.Aspira à bênção do alto nome, sem ofuscar o planisfério. É o fulgurante pássaro sem asas,lambujado apenas na órbita da sua auto - suficiência. Do miradouro de Galeão deixa-seapanhar e admirar, só de vista, como é óbvio. Ao contrário do doirado halo de luz em queda,na distante e cobiçada Estrela da Tarde, a de feição de paraíso, resplandece no alvor de cadadia. Abílio Rocha, o soba da minha eira, gosta imenso de contemplar o astro no firmamento.Meu ditoso avô de preito, o de dignas memórias, Samuel Vieira da Graça, deleita-se a divisar osigno-vedeta no seu lunário. Joia de coroa que passa ao ansioso seu netinho de boas leituras.
Falar assim é bonito e dá prazer. Sobretudo, quando impelido a reagir a um assomo de regalo,que vem à tona num ápice de instante. Porém, nem tudo corre bem aos pecadores debaixo do céu deste planeta. Em Belém de Galileia está todo o mundo à espera de uma paz para durar.No sul da Rússia e ao pé da rica Kiev a gente implora a Deus, animado e alinhado pelo mesmo diapasão. Aqui na faustosa linda Hespéria, a do Estrabão, do Ludovico e do Zé Lopes, os ares de miséria ganham gigantesca densidade. Embrenhados na frescura de uma péssima gestão,os trogloditas de fina hipocrisia ou anuviados seres do mal incorporam na couraça o fôlego de abutre, que se traduz na galopante desigualdade, correndo à solta no principado de iníquos impostores, fazendo razia e assaz furor.
Tem contorno do despótico reinado de casta e pária. Dispara a olho nu e adquire enormes proporções. É uma afrontosa realidade. Alguns profissionais aguardam por aumento de rendimento do seu trabalho ou da pensão há mais de década. Quando uma rasca e tosca ideologia permite igualar o desigual e nivelar por baixo e por via do decreto, estamos diante do comunismo, disfarçado de um falso liberalismo. Quem não aplique o princípio retor e transversal do Direito, consubstanciado na sacra proporcionalidade, dando a cada um o que merece e na medida do seu valor, o propalado Estado Democrático de Direito fica esvaziado do seu fundante ideal de bem. É apenas uma miragem, uma flácida e insultuosa conversa fiada para a dita classe média.
Os modernos e vendedores de louro fede, ao contrário dos antigos, não se lembram de fazer vénia à regra de ouro, isto é, a de virtuosa benfeitoria. Gerir com sacrifício exclusivo e imposto de forma unilateral a determinadas categorias profissionais, cria fissura na hierarquia, viola o pacto social e é uma verdadeira tirania.
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*Na pele de Sísifo Ali Jó








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