António Monteiro fez estas afirmações hoje, no parlamento, durante a sua intervenção no debate sobre o Estado da Nação.

Frisou que, apesar de Cabo Verde ter recebido avultados apoios financeiros, ainda muitos dos milhares de cabo-verdianos vem deparando com falta de uma casa de banho nas suas moradias e outros até a viverem sem ter acesso a água canalizada e rede de esgotos nas suas casas.

O deputado apontou que muitas famílias ainda estão privadas de terem acesso aos cuidados de saúde, e alimentação equilibrada, "um direito básico e fundamental de qualquer cidadão", não obstante o governo ter recibo “milhares de contos” para resolver estas situações.

“A nação não está bem porque continuamos a tratar os cidadãos em função das suas cores partidárias que os mesmos aparentam defender”, sublinhou, acrescentando que, “mesmo os que trabalham continuam a enfrentar graves problemas para garantirem uma vida merecida”.

António Monteiro prosseguiu, realçando que, apesar do país estar a conhecer um crescimento económico, a taxa de desemprego está a aumentar, bem como o número de inativos, contrariando a teoria economia, o que defendeu está a contribuir para a falta de esperança de muitos jovens cabo-verdianos e das suas respectivas famílias.

Voltou a afirmar que “a Nação não está bem”, porque a dívida pública já atingiu um valor de mais 315 milhões de contos, e o peso da dívida pública rondando os 36 milhões de contos, o que impede que esta fatia fosse canalizada para investimentos de infra-estruturas económicas e sociais, o que poderia dotar as ilhas de outras condições para os seus crescimentos e desenvolvimentos.

Situação que, segundo António Monteiro, tem dificultado a classe empresarial no acesso ao financiamento, o que lhes retira a capacidade de modernizar, tornando-se mais competitivos, tanto no país, como na sub-região e gerarem mais riqueza para o país.

“A Nação não está bem, porque continuamos a enfrentar problemas de ligação inter-ilhas, quer a nível marítimo, quer a nível aéreo, apesar deste último estar a dar sinal de melhorias nestes últimos dias”, notou.

Os sectores da pesca e da agricultura, na opinião do deputado da UCID, também não estão a merecer medidas de políticas que merecem, razão pela qual, segundo o parlamentar, as mulheres e homens que labutam nestes dois sectores não estão a sentir melhorias nas suas vidas.

A Semana com Inforpress