O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, afirmou hoje que Cabo Verde tem vindo a acompanhar a situação política e económica nos Estados Unidos com “muita incerteza e imprevisibilidade”.
O governante fez este pronunciamento aos jornalistas ao ser questionado sobre o assunto, à margem da sua participação no evento de lançamento do livro “Literacia financeira em crioulo cabo-verdiano”, realizado no Banco de Cabo Verde.
“São de incertezas e imprevisibilidade, depois, a guerra tarifária, vai sobrar sempre para algum outro sítio. Nós já passamos por períodos de grandes tensões inflacionistas, com o aumento de preços, deterioração do custo de vida, são fatores que não estão sob o nosso controle nem sob o nosso desejo, vamos ver o que é que acontece no dia seguinte”, disse Ulisses Correia e Silva.
No entanto, adiantou que Cabo Verde “não tem relações comerciais intensas” de importação e exportação com os Estados Unidos, e que as tarifas não vão incidir sobre as remessas dos imigrantes.
“Podemos apanhar efeitos indiretos, mas relativamente às remessas, relativamente àquilo que é a nossa comunidade nos Estados Unidos, não temos, pelo menos por agora, razões de preocupação”, declarou Correia e Silva.
O primeiro-ministro disse esperar que esta imprevisibilidade não atinja a comunidade cabo-verdiana, que está “bem conservada” nos Estados Unidos, pelo que diz aguardar pelos próximos tempos.
A Semana com Inforpress
Estados Unidos incertos? Incerto é o dia em que os de******dos vão trabalhar como gente normal!
Ora aí está mais uma tirada de mestre do nosso primeiro-ministro. Apareceu a dizer que “a situação nos Estados Unidos tem sido de incertezas e imprevisibilida de” — como se o povo cabo-verdiano andasse com o coração nas mãos por causa das eleições americanas e não porque o arroz está pela hora da morte e o ordenado não chega nem a meio do mês. Dá vontade de rir, se não fosse tão triste.Ulisses Correia e Silva fala com aquela calma de quem nunca teve de fazer contas para decidir se paga a luz ou compra pão. Porque lá do conforto do gabinete, com motorista à porta e subsídios a cair todos os meses, o mundo parece sempre mais estável, mesmo quando o resto do país anda de cabeça feita.
E sim, senhor primeiro-ministro, há mesmo incertezas. Mas não vêm da Casa Branca — vêm do nosso Parlamento. Vêm dos senhores de******dos, tanto do MpD como do PAICV, que continuam a viver do Estado como quem ganhou a lotaria vitalícia. Vêm de um sistema onde quem tem o poder legisla para manter os privilégios enquanto o povo aperta o cinto até cortar a respiração. A única coisa previsível neste país é isso mesmo: quem trabalha é que se lixa.
Depois, lá estava ele, todo sorridente, a lançar um livro sobre literacia financeira no Banco de Cabo Verde… que ironia. Falar de finanças num país onde uma boa parte da população já nem sabe o que é ter contas em dia. A verdadeira literacia que precisamos? É a de decência. A de pôr a mão na consciência antes de dar entrevistas com frases feitas que não dizem nada.
E ainda nos descansam dizendo que, “pelo menos por agora”, as remessas não estão em risco. Como se isso fosse um favor. Como se não fosse essa mesma comunidade emigrada, que anda lá fora a partir o corpo, que tem mantido muitas famílias à tona cá dentro. Claro que é fácil falar quando não se tem uma filha a trabalhar em dois turnos num lar de idosos em New Jersey para mandar dinheiro para pagar a renda da casa da mãe em Achada Grande.
Não, senhor primeiro-ministro, a tal “imprevisi bilida de” que mete medo ao povo não vem dos Estados Unidos. Vem do Plateau. Vem do cinismo com que se faz política neste país. Vem de um Parlamento onde se debate tudo, menos o essencial. E enquanto isso, o povo aguenta, sobrevive, remenda a vida como pode. Porque viver a sério, isso já foi luxo de outros tempos.
Dimocracia
Kuze ki nho ta intende de vida le na merca sr atrevido, maioria de bus conhecimento le ta vive na ajuda por isso principalmente uns que anda por ai a muitos que vivi nas custas dos otros e malandreses vaca ja so tem leite para o filho?Terms & Conditions
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