A democracia, depois da Grande Guerra, era de falsidade, um trunfo incontornável e uma preocupação de instabilidade sem cessar, era de desvirtuosas ameaças em países de livre escolha de sistema de governo, ainda feito ao passo de golpe de estado, com a ditadura e o fascismo de mais fantasmas, esquecendo a organização do estado social, o libertar de um alvo errado.
Por Péricles Tavares
Todo o sistema de governo, como tudo o que existe, deve ser de um princípio doutrinário que ruma ao colapso naturalmente, sendo que a alternativa será sempre a de imaginar o imaginável no horizonte de complexidade, tornando-se num ciclo repetitivo.
O fim da democracia no decorrer do século XXI, é uma visão preventiva para a derrocada previsível, um aliciante à nova postura de vivência social de absoluta dignidade alicerçada na identidade política da nossa era.
Tudo é sociável e tudo é passageiro, incluindo a democracia, que também passa e segue na história, com o fim da sua história e o começo de uma nova história com gente da nova geração a continuar a mesma.
A democracia, uma ideologia civilizacional ocidental dos cidadãos primogénitos dos filósofos das idas gerações incrédulas, e dos pregadores e predadores democratas do tempo presente, testemunham que o fim se tornou visível, e nada mais há a fazer senão conformar com a rotatividade do sistema político na ordem mundial.
Num olhar circunstancial e abrangente, nos deparamos com o irracional desmembramento da democracia americana com Donald Trump à frente dos destinos da América através da sua segunda tentativa na corrida para reeleição, tentando ser um exemplo para o mundo. A débil democracia está fora de controlo e é golpeada pela intolerância, pela desconfiança e pelo elevado grau de insensatez que seguem para os anais da historicidade como sendo a mais imbecil de sempre.
O populismo e a desestabilização provocatória da extrema-direita pelo mundo, numa retrospetiva aos anos de 1930 a 1970 do século XX, denota-se pelas atividades violentas em nome da política, que levam à acreditação de que a democracia segue agonizante até ao seu final.
Ao mesmo tempo, habilitou o homem a lidar com situações de mera complexidade, como manter a paz e acabar com a guerra em tempo de crise, forçar a meditação profunda, a escolha de um novo rumo. Será este o destino comum no tempo que pertencemos.
Num país como Cabo Verde, com sinais de estímulo democrático, a democracia não florescerá, e resiste a escassos dias, a nível global, uma resistência irresistível, uma catástrofe adiada até ao inadiável.
Para não alimentar o espírito de vãs espectativas e suspense, é sempre desejável, e com convicção, deixar transbordar os sistemas políticos de governação de agora e para a frente, um dia de cada vez melhor e mais feliz. A autocracia, o poder absoluto e excessivo, modelo russo do tempo dos czares, é cape peste em Cabo Verde, um poder controlador das políticas, a nível central, nacional e autárquica.
A tecnocracia é um sistema político de coordenação económica e social cujo executivo será de dominação de tecnocratas. E porque não voltar à Aristocracia como salvação parcial da democracia meritocrata positiva, dado que a nova tecnologia proporciona o populismo como instrumento que guia a limites da democracia ocidental? Um novo sistema de vivência se vislumbra com indisponibilidade de corruptos na administração pública, tornando-se a escolha livre do povo.
A democracia, como qualquer outro sistema de governo, será sempre a ferrosa intenção de governar a favor de poucos em vez de governar para todos em liberdade e oportunidade. Estando aberta a discussão para melhor identificar os contrapontos negativos que permitam a correção dos defeitos ao longo do percurso, torna-se possível a continuidade do instrumento sociopolítico ainda que a compreensão de alguns como sendo o melhor poderá tolerar certos abusos: o voto unipessoal, divisão de poderes, desvios do erário público, a inexistência da segurança, a justiça desigual; tudo um fator para a morte da democracia.
A democracia cabo-verdiana também passa por um teste, com a sensação de que o sistema está saudável. Isto é uma falácia. A verdade será dita no momento oportuno, pois não corresponde aos desejos e às ansiedades dos cidadãos, a uma vida condigna com felicidade, à convivência social, às instituições públicas funcionais. E onde os políticos, académicos e civilistas, se encontram todos a opinar para que ninguém passe despercebido e esquecido no momento em que a nova situação emerja.
A democracia sem dúvida proporcionou um tempo de glória, mas com o decorrer do tempo entrou no processo de laxismo a partir do mundo ocidental e de mais mundos definiu como sendo o último e insubstituível modelo para o estado moderno, um erro para a história contemporânea.
A democracia em substituição na era presente está assaltada por um bando de anarquistas no poder administrativo, que fazem valer a qualquer preço do autoritarismo ditatorial para avassalar instituições subalternas e os seus agentes. É condenável e inaceitável, com elevado risco para o estado social como elo fundamental para a estabilidade da República. Devemos pôr fim à violência política contra os eleitos representantes dos munícipes instalados na Câmara Municipal da Praia, de igual modo se deseja uma imprensa de informação livre de nobre missão de comunicação, um vetor primário de revolução do sistema instalado.
A democracia à beira do colapso tem um final à vista na lusofonia, começando pela agonia e morte adiada da CPLP (Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa), conhecedores da guerrilha no manejo de bestas, da fome e miséria em que foram forçados pela ignorância a viver.
Antes de qualquer estudo da doutrina democrática com entrada grátis para o caldeirão do caldo da insatisfação com resultado inesperado, a insatisfação social de cada povo soberano demonstra o sistema de governação que entender, com a cooperação mútua em vantagens recíprocas entre interessados.
A guerra na Ucrânia demonstra uma tendência alastrante pela Europa inteira, a grande matança, a maior carnificina vem a caminho para aumentar a ganância de conquista pela virtude em desprezo pela vida, património único de cada ser humano cidadão. Em causa está a continuidade da construção da UE (União Europeia), pela decisão em coesão em busca de solução que defenda os interesses dos povos distintos europeus.
A guerra na Ucrânia como resultado das más políticas, a geopolítica e geostratégica, que culmina com a presença na Europa da força da potência armamentista maior do mundo, a NATO (Tratado do Atlântico Norte), aquartelada nas barbas do território russo, um desafio dissuasor de repulsa e intervenção, onde se encontram um contra todos, e todos contra um.
A guerra na Ucrânia, não obstante é um embuste não só para os europeus, mas também para os africanos, os americanos do Norte e os sul-latinos, que se subdividem em blocos em defesa dos interesses das superpotências em conflito de interesses de supremacia belicistas e económicas de forma estratégica e cirúrgica.
A lusofonia, com exceção de Portugal que apoia pronta e frontalmente a intervenção na Ucrânia ao lado de certos estados-membros da União Europeia, é também da Organização do Tratado de Atlântico Norte (OTAN), e pela geografia, de África, com realce para Cabo Verde, que internamente se encontra fora do consenso institucional devido à divisão de poderes, único na urbe, legislativo, executivo, presidencial e judiciário.
Há tempo de anunciação do quinto poder que será o poder da informação, uma ditadura inteligente artificial, que pelo carisma, o governo e o executivo está para a América a favor da Ucrânia enquanto o presidente da (rés)pública de limitado e fraco poder olha com gratidão para a Rússia, demonstrando uma democracia em tempo de crise.
A Rússia tem apoio declarado de Angola, Moçambique, Timor-Leste, Brasil, Guiné-Bissau, S Tomé e Príncipe, numa geostratégia no meridiano máximo. Por último, Cabo Verde, sem apoio de quem governa e coordena toda a política externa, apoia incondicionalmente as políticas emanadas dos Estados Unidos da América como o principal parceiro estratégico em matéria de defesa, uma ótima oportuna e inteligente escolha.
Cabo Verde tem condições para negociar a adesão aos estados cooperativos, estados da união, como os Estados Unidos da América, e tem legitimidade de requerer, através dos cabo-verdianos, os quatro quintos dos nacionais radicados e descendentes que vivem e subsistem desde a implantação da colónia britânica no continente, na América do Tio Sam. Cabo Verde faz parte da América, tanto através da sua identidade como pela afetividade histórica.
Por tudo o que foi dito, testemunha-se de forma tangível que a democracia retarda, mas segue aparente para o fim, com a aproximação da insegurança, a escassez dos recursos energéticos, toda a necessidade social a nível global, a cada momento mais conturbado e difíceis quando à testa da governação tem homens e mulheres fracos em substituição de um governo com governantes, homens e mulheres, fortes para a recuperação do prestígio e dignidade de toda a coletividade social.
Cabo Verde e o povo de Cabo Verde, não sabe que não vive a democracia, a democracia real, e celebra o que a sorte protege, gozando da consciência livre sem custos e preços, mas com a responsabilidade suprema da irresponsabilidade de quem manda.
Em nome do povo, estou aqui e agora, de pés fincados para renunciar aos maus costumes, aos comportamentos dos políticos falaciosos, aos corruptos, e anunciar o fim das trapaças, para o engrandecimento da República.
Cidadela, Maio de 2024
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