Ao se aproximar de uma residência, normalmente primando pela segurança e a delimitação de área nota o teu cercado, ou seja, o muro com certa cor, revestimento e textura. Podemos acrescentar o número da casa, paisagismo, ponto de energia elétrica e o registro de água, o portão para acesso de pessoas e em alguns casos, o portão da garagem. Tem muitas residenciais que se você pudesse levaria horas contemplando, não é mesmo?
Por Uemerson Florêncio*
Pronto, mas nem sempre podemos dizer o mesmo quanto você está chegando na entrada de certas cidades, primeiro que você não faz ideia de onde está chegando. Se for durante o dia, você não consegue enxergar uma identificação digna, se for a noite, com uma iluminação precária e por vezes, buracos na via de acesso a estação rodoviária aí que a coisa fica terrivelmente depreciativa.
No entanto, redes sociais, existem dezenas de postagens de gestores municipais se utilizando de uma campanha rasa, achando eles que estão promovendo o marketing local, como se fosse a cidade dos sonhos. Creia, nas redes sociais é um presépio, na visita real é uma grande presepada!
Mas vamos lá, o que se espera de um hall de entrada? O seu digno e merecer acolhimento, com um toque da identidade dos seus proprietários. Mas o que pode vir a ser o hall de entrada de uma cidade? Simples assim, a estação rodoviária. A qual por vezes sucateada, mantida pelos esforçados vendedores ambulantes e, em alguns casos, pelos taxistas que se juntam e pintam pelo menos um banheiro e a calçada onde eles fazem ponto parada, mas não é assim em geral. E o que dizer daquelas estações que não tem nem mesmo a atenção destes profissionais?
Assemelhando as belas entradas de residências que você contempla, não se pode tentar fazer o mesmo em certas entradas de cidade, até porque incluído, fatores como a insegurança e precariedade quem chega já desce correndo do ônibus e sai correndo ou pega um transporte ali mesmo para não permanecer por nem mais um minuto. Qual será a fama de lugares com tais características?
Normalmente vemos rodoviárias sujas, mal apresentadas, lâmpadas quebradas, com o perímetro de segurança comprometido, pois não há segurança humana ou eletrônica para inibir as ações que contrariem a ordem pública. O que na realidade está sendo realizado para garantir a qualidade de vida esperada pelos cidadãos?
E chega a vez da sala, onde nota-se belíssimos mobiliários, decoração de interiores com ênfase no emadeirado, vidros, plantas, pedras especiais, eletrônicos, resumindo, decorações que impressionam. Mas, como não se pode esquecer, a televisão com tela finíssima e gigantesca para a satisfação dos seus egos. Porém, ao chegar nas praças públicas, onde a população em geral busca ter um momento de lazer, relaxamento, muito pelo contrário, carecem de todo e qualquer tipo de infraestrutura mínima.
Não há meios que possam repelir o tédio, trabalhar a sua forma, afinal, nem todos podem ir à academia. As crianças brincam entre a calçada e as poucas árvores que ainda restam no miolo da praça. Quais são os projetos caros gestores, uma vez que nem sempre o orçamento deve ser milionário, ou toda prefeitura deve realizar obras com oito dígitos?
Ao falar dos quartos, normalmente você busca refletir o verdadeiro acolhimento dos seus residentes, logo, o acesso a eles é pensado tanto quanto o próprio espaço de repouso. Mas é neste momento que dou especial atenção quando nos reportamos a uma cidade. Como estão os acessos as residências dos seus munícipes? Como está calçamento? Como está a iluminação pública? Como está o acesso a água da população em geral?
O que falar a respeito da unidade de armazenamento, processamento e produção alimentar de uma residência, a cozinha? Normalmente os seus proprietários equipam com o que há de melhor, afinal, não só quer se alimentar muito bem como deseja ter o que garante comodidade em seus processos. Muito bem, quais é a região da cidade onde estão concentrados os principais restaurantes, bares, pizzarias, churrascarias, lanchonetes e padarias? Quais são as vocações culinárias da cidade? Qual é o prato típico da cidade? Há negócios instalados no território e o gestor da cidade não tem essas informações?
Porque muitos gestores públicos não conseguem identificar por meio dos instrumentos que a prefeitura dispõe as vocações econômicas da sua cidade? Porque muitos gestores não sabem ou não se interessam em saber, o que se produz na agricultura, agropecuária, no setor de serviços, no comércio ou mesmo, na indústria, caso, possua? Mas, não basta saber e não ter os meios que garantam o crescimento e o amadurecimento desses setores econômicos, ou ainda, não ter a visão, o interesse e o comprometimento. Como pode pensar e agir sem estar persuadido dos seus reais compromissos e valores fundamentais na gestão pública?
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* (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 4 países de língua espanhola (Argentina, Uruguai, Peru e Espanha) e Estados Unidos, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.
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