Não é a primeira vez que dirijo cartas abertas às instituições do Estado de Cabo Verde para denunciar situações, que no meu entender, são anómalas e que podem pôr em risco o estado democrático da Nação, no seu desenvolvimento, que deve ser harmonioso.
Por Efrem Soares
Agora, a competência da atual direção tem passado pela opção de dividir para governar, com a prática de múltiplas empresa para a privatização e na prática da “prateleira”, em que coloca altos funcionários, engenheiros de conhecimento altamente reconhecidos dentro da empresa, com cultura e ideias diferentes das suas opções, retirando-os do cargo e sem qualquer atribuição, numa empresa que importa serviços qualificados do estrangeiro, que assim se dá ao luxo de relegar quadros nacionais, só por birra de não ter competência de os superar.
Vejamos: nos últimos 10 anos, a Electra foi gerida por quatro Conselhos da Administração, três últimos dos quais foram nomeados, no seu mandato, na tentativa da transformação da mesma para melhor, o que, até agora, internamente, não se sentiu e, acredito mesmo a população também até agora não vislumbrou estas melhorias, que há muito vem sendo publicitadas pelos sucessivos governos, quanto ao fornecimento, com qualidade e perenidade, dos dois serviços essenciais para o desenvolvimento humano e das nações, principalmente pela tão badalada introdução da energia renovável a 100%, em todo o território nacional.
Coisa que ainda é considerada lenda a nível mundial, por países que possuem, para além da energia do vento e do sol, outras várias fontes de energia natural.
Sr. Primeiro Ministro,
Como foquei na introdução essas quatro direções, importa relembrar que a primeira esteve concentrada na linha de prioridade da sua gestão em tirar a empresa do buraco negro onde esteve metida, nas outras direções anteriores e ela entregou a empresa para as três ultimas direções, ainda não na sua perfeita sustentabilidade, mas para continuidade do trabalho da transformação iniciado para este efeito, só que estas três ultimas direções acharam que a empresa já estava perfeita e não deram a devida atenção que deveria ser dada, tanto é que dois dos PCAs saltaram para o seu governo onde talvez seriam mais úteis, pena que as coisas complicaram porque deixaram deslizar por entre os dedos os ganhos adquiridos anteriormente.
Agora, a competência da atual direção tem passado pela opção de dividir para governar, com a prática de múltiplas empresa para a privatização e na prática da “prateleira”, em que coloca altos funcionários, engenheiros de conhecimento altamente reconhecidos dentro da empresa, com cultura e ideias diferentes das suas opções, retirando-os do cargo e sem qualquer atribuição, numa empresa que importa serviços qualificados do estrangeiro, que assim se dá ao luxo de relegar quadros nacionais, só por birra de não ter competência de os superar.
Exemplo: As manutenções e reparações de avarias que a minha geração garantiu a todo Cabo Verde, por duas décadas seguidas, nos foram retiradas depois de avarias grossas que aconteceram em S. Vicente e no Sal, nos Grupos Eletrogéneos, porque na altura aceitaram a opinião do fabricante destes Grupos que queria atribuir a responsabilidade, aos técnicos nacionais, mas a verdades vem sempre à tona.
Com efeito, os mesmos técnicos e parceiros estrangeiros acabaram por desvendar a culpa, através da investigação técnica que afinal a culpa provinha do fabricante, que resolveu com a empresa, mas a empresa nunca resolveu com os seus técnicos, continuando de costa voltada para a sua competência técnica e experiência alcançada, adquirindo prestação de serviços das marcas e de empresas particulares estrangeiras.
Sendo que estes serviços são prestados por senegaleses, indianos e portugueses, afunilando os nossos quadros técnicos, para cuja formação no estrangeiro os pais gastaram balúrdios e a nossa empresa paga aos outros para fazerem upgrade nas marcas, para virem treinar em Cabo Verde, coisa que antes as outras direções fizeram connosco, nos formando nas marcas em que os resultados foram visíveis.
Sr. Primeiro-ministro: Eu pessoalmente acredito que as transformações só acontecem quanto estivermos abertos e colocarmos as mãos na massa e sei que muitos vêm tentando, mas sei também que a humildade é um valor importante no processo e isso não vem acontecendo com a última direção, em que a arrogância é o prato do dia.
Estando na prateleira, mas continuo sempre aberto e disponível para colaborar com Empresa, a bem da minha Ilha e de Cabo Verde, nestes últimos 16 meses, que me faltam para a aposentação
Um bem-haja a toda nação cabo-verdiana e que todos os seus filhos passam a merecer igual tratamento, independentemente de opções políticas e mesmo liberais, que cada um possa tomar, como eu, no exercício da sua cidadania, plena e efetiva e no quadro da livre manifestação da opinião e da participação em sede dos direitos, liberdades e garantias assegurados aos cidadãos pelo estado de direito democrático em que a República de Cabo Verde se organiza.
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