O instrumento foi aprovado com 14 votos favoráveis do Movimento para a Democracia (MpD), partido que suporta a câmara municipal, dois votos abstenção da União Cabo Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) e cinco votos contra do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição).
Em declarações à imprensa, a deputada UCID Sónia Almeida sublinhou que a sua bancada preferiu abster-se como um “voto de confiança”, lembrando que a mesma vai fiscalizar como é que vão ser aplicados os recursos.
“Votámos abstenção pela falta de cronograma porque o plano de actividades tem a ausência do cronograma e sendo assim não podemos saber como é que se vai efetivar os recursos que estão previstos no orçamento”, explicou.
“Entretanto, demos um voto de confiança com a nossa abstenção e vamos agora fiscalizar e ver como é que efetivamente vai ser aplicado os recursos, como é que vai-se alojar tudo o que aqui foi falado dos recursos e vamos fazer o nosso trabalho que é a fiscalização e o controle do emprego destes recursos municipais”, frisou.
Por seu lado, a líder da bancada do PAICV, Estregilda Oliveira, considerou que o seu grupo votou contra o orçamento, justificando que se trata de um “grande entrave” aos investimentos municipais.
“A câmara aumentou as despesas a nível de funcionamento da própria Câmara Municipal do Sal, nomeadamente do gabinete dos vereadores, mas que não traz recursos capazes de investir na infraestrutura da ilha. Nós vimos que a Ilha do Sal tem diversos desafios, sim, mas devemos dar atenção à questão da recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos, por isso nós achamos por bem votar contra”, explicou.
Esregilda Oliveira sublinhou ainda que o orçamento também mereceu o voto contra da sua bancada porque apresenta um déficit em relação a 2024, no valor de cerca de 7 milhões em despesas.
A líder da bancada MpD, partido que suporta a Câmara Municipal do Sal, Luísa Fortes, justificou o aval positivo dos eleitos da sua sua bancada ao afirmar que o orçamento municipal é que vai fazer com que a câmara execute as suas políticas na ilha.
“Demos o nosso aval positivo, esperando que a Câmara Municipal do Sal neste ano consiga implementar o seu plano de atividades, por isso, tínhamos que votar favoravelmente e depois a nossa função é fiscalizar no fim se tudo foi implementado”, declarou.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal do Sal, Júlio Lopes, regozijou-se com a aprovação do orçamento municipal, porque este acto vai permitir à autarquia cumprir com o seu plano de actividade que tem estipulado para cada localidade e sector da ilha.
“Temos um orçamento de um milhão e quinhentos mil contos, ou seja, a câmara do Sal está no topo das autarquias de Cabo Verde com mais orçamento e com muita previsão de receitas, por isso estamos a pensar agora ter mais dinâmica para obter mais receitas, inclusive para as vias coercivas se for necessário e também despesas muito bem organizadas”, justificou.
Júlio Lopes adiantou que o objectivo passa também por investir nos recursos humanos da edilidade, a começar por regularizar todos os trabalhadores e apostar nos investimentos na ilha, que conta com mais de 900 mil contos do orçamento para este fim.
“O Sal fica bem servido com este orçamento, agora é trabalhar, a câmara, o presidente e todas as pessoas para, de facto, contribuir para melhorarmos um pouco a ilha do Sal e dar mais qualidade de vida às nossas populações”, concluiu.
Antes da aprovação do orçamento municipal para 2025, os eleitos municipais aprovaram também o plano de actividade da autarquia, com 14 votos favoráveis do MpD (poder) e sete votos de abstenção do PAICV e da UCID (oposição).
A Semana com Inforpress
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