Dez mulheres participam durante uma semana na Oficina de Arte de Corações, promovida pela primeira-dama em parceria com a artista brasileira Cida Lima, que visa transformar resíduos em obras de arte.
A intenção, segundo os promotores, é apresentar posteriormente à sociedade obras de arte que são ao mesmo tempo fontes de rendimento, mas também que um contributo para a preservação do ambiente.
No acto de abertura, a primeira-dama, Débora Carvalho, afirmou que a arte é uma das áreas que têm trabalhado exatamente para incentivar a participação da mulher, que se tem revelado “pouco expressiva”, assim como vários outros segmentos em Cabo Verde, daí a necessidade de “intensificar a presença feminina”.
“A cara da pobreza em Cabo Verde tem uma face feminina, há pouca participação da mulher na arte e nós queremos mostrar que é possível mudar esta realidade”, precisou a mesma fonte.
Segundo Debora Carvalho, normalmente ainda existe “algum tabu” ou algum entendimento de que a arte é para quem não tem muito que fazer, é quando resta algum tempo, então há que “mudar esta ideia” e mostrar às mulheres cabo-verdianas que é possível “descobrir dons artísticos nelas e fazer disso uma fonte de rendimento”, argumentou.
A formadora, a artista plástica Cida Lima, por seu lado, sublinhou que o objectivo maior desta oficina é desenvolver potencialidades de censos estéticos e de ambiente, transformando resíduos em obras de arte.
“É uma formação já para pessoas que trabalham com isso, para geração de renda, e que gere um produto de qualidade e que esse produto seja de qualidade. Com certeza além de fazer bem ao ambiente vai gerar renda, é isso que eu quero, então essa formação o link que eu faço com o ambiente é o vector principal”, afirmou.
Explicou que a Oficina de Arte de Corações justifica-se pela forma como trabalha, “sempre com coração, um sentimento de afecto e de delicadeza”, que, constatou, o povo cabo-verdiano “especialmente” possuiu.
“Eu já passei por muitos países da África, mas eu nunca me senti tão acolhida como aqui. Porque simboliza esse afecto, essa delicadeza que é natural das pessoas aqui, eu sempre me comunico com elas através do afecto, então o coração está presente na minha obra, como artista visual e como académica”, confidenciou.
Por sua vez, a formanda Andreia Sanches enalteceu a oportunidade em participar na oficina esperando que venha a ser “uma troca de experiência incrível”, que aprenda muito e possa colocar em prática o aprendizado.
“Precisamos fazer algo para melhorar o meio ambiente e a reciclagem é importante porque tudo é matéria prima que podemos utilizar, por isso, espero que possamos aprender muito mais para colocar em prática e ensinar os outros”, afirmou.
A oficina que decorre de 19 a 23 do corrente mês é destinada a dez mulheres que já possuem alguma familiaridade com a área artística, como forma de aprimorar as suas habilidades, permitindo-as desenvolver o potencial e ampliar as suas perspetivas na arte.
A Semana com Inforpress
19 de fevereiro 2024
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