O ex-presidente enfrenta um total de 91 acusações, em quatro processos que estão em diferentes fases e velocidades, em tribunais diferentes.
O procurador especial Jack Smith tem liderado duas investigações federais relacionadas a Trump, que resultaram em acusações contra o ex-presidente.
As primeiras acusações surgiram em junho, quando Trump foi indiciado por mau uso de documentos ultrassecretos na sua propriedade na Florida.
A acusação alega que Trump recrutou repetidamente assessores e advogados para ajudá-lo a esconder os registos exigidos pelos investigadores e exibiu arrogantemente um "plano de ataque" do Pentágono e um mapa confidencial.
Uma nova acusação, emitida em julho, acrescentou acusações, de que Trump pediu que imagens de vigilância na propriedade em Mar-a-Lago fossem excluídas depois das buscas pelas autoridades norte-americanas, ou que o magnata reteve ilegalmente um documento que supostamente exibiu a visitantes em Nova Jersey.
A juíza distrital dos EUA, Aileen Cannon, definiu a data do julgamento para 20 de maio de 2024, embora tenha sinalizado que esta pode ser antecipada.
O segundo caso de Smith contra Trump foi revelado em agosto, quando o ex-presidente foi indiciado, em Washington, por procurar anular os resultados das eleições de 2020 no período que antecedeu ao motim violento, realizado pelos seus apoiantes, no Capitólio dos EUA, em 06 de janeiro de 2021.
O processo de quatro acusações inclui conspiração para fraudar o Governo dos Estados Unidos e conspiração para obstruir um processo oficial, a certificação do Congresso da vitória de Joe Biden.
O julgamento foi marcado para 04 de março, no tribunal federal de Washington. Mas esta data foi cancelada após o recurso de Trump sobre a questão legalmente inédita de saber se um ex-presidente está imune a processos por atos oficiais enquanto estava na Casa Branca. Os advogados de Trump pediram a intervenção do Supremo Tribunal, mas ainda não é certo que a mais alta instância judicial norte-americana pegue no processo.
Trump tornou-se o primeiro ex-presidente dos EUA na história a enfrentar acusações criminais quando foi indiciado em Nova Iorque, em março, por acusações estaduais decorrentes de pagamentos secretos feitos durante a campanha presidencial de 2016 para silenciar alegações de encontros sexuais extraconjugais.
Este caso será o primeiro a ir a julgamento e o juiz marcou a seleção do júri para 25 de março.
Trump já se declarou inocente de 34 acusações criminais de falsificação de registos comerciais. Cada acusação é punível com até quatro anos de prisão, embora não seja claro que um juiz imponha alguma pena de prisão caso Trump seja condenado.
O antigo chefe de Estado norte-americano está ainda acusado, juntamente com outras 18 pessoas, incluindo o antigo presidente da Câmara de Nova Iorque, Rudy Giuliani, e o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, de violar a lei estadual 'antiextorsão' ao planear anular ilegalmente a sua derrota nas eleições de 2020.
A acusação, apresentada em agosto, acusa Trump ou os seus aliados de sugerirem que o secretário de Estado republicano da Geórgia poderia encontrar votos suficientes para este vencer o Estado decisivo, de assediar um trabalhador eleitoral que enfrentou falsas alegações de fraude e de tentar persuadir os legisladores da Geórgia a ignorar a vontade dos eleitores e nomear uma nova lista de eleitores do Colégio Eleitoral, favorável a Trump.
Nos meses seguintes, vários dos acusados, incluindo os advogados Sidney Powell e Kenneth Chesebro, declararam-se culpados.
A data do julgamento de Trump e dos outros envolvidos ainda não foi definida, e o caso nas últimas semanas foi consumido por revelações de uma relação pessoal entre a procuradora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, cujo gabinete abriu o caso, e um procurador externo que esta contratou.
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