O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) de Cabo Verde disse hoje à Lusa estar surpreendido por não haver nenhum pedido no Tribunal de Contas para serem pagos salários em atraso a 250 professores, criticando o Ministério da Educação.
"É uma surpresa porque nós confiamos na palavra do ministro da Educação”, referiu Jorge Cardoso, presidente do Sindep, acrescentando que vai encetar diligências imediatas junto do governante para averiguar a situação.
"Ele disse-nos uma coisa e sabemos de outra. Nós já tivemos vários encontros, o último no dia 19 de janeiro, mas em nenhum deles houve entendimento", referiu.
Jorge Cardoso considera que “não é aceitável levar tanto tempo, hoje em dia”, para resolver processos burocráticos que se arrastam “desde setembro”.
“Isso não é justificação. É um péssimo trabalho por parte do próprio Ministério da Educação", considerou Jorge Cardoso, indicando que o sindicato está a tentar agendar um encontro com a instituição.
Cerca de 250 professores cabo-verdianos estão sem salário desde dezembro, a maioria deslocados em ilhas afastadas das zonas de residência e com dificuldades para pagar despesas de alimentação, tratamentos médicos, entre outras, de acordo com relatos ouvidos pela Lusa.
O Ministério da Educação tinha referido ao Sindep que só podia pagar salários a novos professores nos primeiros três meses (setembro, outubro e novembro) porque precisava que os contratos fossem visados pelo Tribunal de Contas.
Contactado pela Lusa, o presidente do Tribunal de Contas referiu na sexta-feira que a instituição ainda não recebeu nenhum processo de contrato de trabalho dos professores para a obtenção do respetivo visto.
A Lusa tem tentado, em várias ocasiões, obter esclarecimentos do Ministério da Educação, mas não obteve respostas.
A Semana com Lusa
16 de Feverereiro de 2024
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