domingo, 08 setembro 2024

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EUA/Kamala Harris à frente nas sondagens:"Enfrentei criminosos de toda a espécie": transcrição integral de um discurso que deixou os democratas eufóricos

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Pouco depois de discursar perante uma multidão ruidosa e galvanizada, com o aval de Beyoncé para usar a música “Freedom” no encerramento do comício, uma sondagem do Ipsos para a Reuters mostrava que o tabuleiro do jogo parece já estar a virar – com uma margem de erro de três pontos percentuais, conduzido entre segunda e terça-feira, nas 48 horas a seguir à desistência de Joe Biden, o inquérito mostra Harris à frente com 44% das intenções de votos, contra 42% para Trump. 

 
No primeiro comício de campanha desde que angariou delegados suficientes para garantir a nomeação democrata – e desde que fez história com as 24 horas mais lucrativas da história das campanhas presidenciais norte-americanas –, Kamala Harris proferiu um discurso que deixou as hostes democratas bastante entusiasmadas, de tal maneira que nessas mesmas hostes diz-se que foi um dos melhores discursos de sempre. Sobre isso cada um julgará por si.
 

Em West Allis, uma cidade nos arredores de Milwaukee com uma grande população afroamericana do estado do Wisconsin – um dos que vão definir quem ganha e quem perde as presidenciais de 5 de novembro –, Kamala Harris voltou visar o rival republicano, Donald Trump. Recordou que, enquanto procuradora-geral da Califórnia, lutou contra “criminosos” como ele e lembrou que os eleitores enfrentam uma escolha nas urnas “entre a liberdade e o caos”.

 
Kamala Harris

Autora: Kamala Harris. Beyoncé já lhe cedeu entretanto uma música

 

Pouco depois de discursar perante uma multidão ruidosa e galvanizada, com o aval de Beyoncé para usar a música “Freedom” no encerramento do comício, uma sondagem do Ipsos para a Reuters mostrava que o tabuleiro do jogo parece já estar a virar – com uma margem de erro de três pontos percentuais, conduzido entre segunda e terça-feira, nas 48 horas a seguir à desistência de Joe Biden, o inquérito mostra Harris à frente com 44% das intenções de votos, contra 42% para Trump.

 O republicano, por sua vez, disse estar entusiasmado com o debate que aí vem face à nova rival. “É uma ótima maneira de descobrir se, primeiro, eles são capazes e também de descobrir as suas ideias.” O primeiro debate entre os dois candidatos presidenciais está marcado para 10 de setembro. Antes disso, a nomeação de Kamala Harris tem de ser confirmada na Convenção Nacional Democrata, que vai decorrer entre 19 e 22 de agosto, em Chicago.

Leia o discurso na íntegra (que arrancou com uma longa ovação à vice-presidente):

"Obrigada. Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada. Obrigada a todos. Obrigada. Obrigada. Boa tarde, Wisconsin. Boa tarde a todos. Obrigada. É bom estar de volta. Muito obrigada a todos. Podemos ouvir um aplauso para a Leah e a sua extraordinária história e liderança? Acredito que os nossos professores fazem o trabalho de Deus. Eles formam as crianças de outras pessoas e sabe Deus que não lhes pagamos o suficiente. Vamos agradecer-lhes.

É tão bom estar aqui e estar de volta com tantos líderes extraordinários, incluindo o meu amigo, o grande governador do Wisconsin, Tony Evers.

Ela está aqui algures, a minha querida amiga, a senadora Tammy Baldwin. Sabem, tive o privilégio de trabalhar com a Tammy quando estava no Senado dos Estados Unidos e ela sempre lutou pelas pessoas deste estado, e eu sei que as pessoas que aqui estão vão garantir que ela volta a Washington DC em novembro. Sim, vamos reelegê-la para Washington DC.

É tão bom estar aqui também com a vice-governadora Sarah Rodriguez, com o procurador-geral Josh Call, com a secretária de Estado do Wisconsin Sarah Godlewski, com o executivo municipal David Crowley, com o autarca Cavalier Johnson e com o grande líder da delegação do partido, Ben Wickler, com quem trabalhei, Ben, tu e eu trabalhamos juntos há anos e posso atestar que ele sabe como montar uma infraestrutura para garantir vitórias de cima abaixo nas urnas. Obrigada, Ben.

É ótimo estar aqui no Milwaukee. Muitos de vocês sabem que a nossa sede de campanha estatal é nesta cidade. E há uma razão para isso. O caminho até à Casa Branca faz-se através do Wisconsin. Sim, faz-se. E vamos ganhar no Wisconsin, estamos a contar convosco aqui no Milwaukee. Todos vocês nos ajudaram a ganhar em 2020. E em 2024 vamos voltar a ganhar.

Portanto, Milwaukee, quero começar por dizer umas breves palavras, e poderia dizer muito mais, mas umas breves palavras sobre o nosso incrível Joe Biden. Tem sido verdadeiramente uma das maiores honras da minha vida servir como vice-presidente do nosso presidente, Joe Biden. O legado de conquistas do Joe ao longo da sua carreira e ao longo dos últimos três anos e meio não tem comparação na história moderna. Num mandato, pensem nisso, num mandato como presidente ele já ultrapassou o legado da maioria dos presidentes que cumpriram dois mandatos no cargo. Estou agradecida pelo seu contínuo serviço à nossa nação. E é minha grande honra ter o apoio formal de Joe Biden nesta corrida.

Wisconsin, dizem-me que, desde esta manhã, já conquistámos o apoio de delegados suficientes para assegurar a nomeação democrata e estou muito honrada e faço-vos uma promessa, a de que passarei as próximas semanas a continuar a unir o nosso partido para ganharmos em novembro. Temos algum trabalho pela frente. Mas não temos medo de trabalhar no duro. Gostamos de trabalhar no duro, não gostamos? E vamos ganhar esta eleição. Sim, vamos ganhar.

Então, como a Leah vos disse, antes de eu ter sido eleita vice-presidente, antes de ter sido eleita senadora dos Estados Unidos, fui eleita procuradora-geral do estado da Califórnia e antes disso trabalhei no Ministério Público. E nesses cargos, enfrentei criminosos de toda a espécie. Predadores que abusavam de mulheres. Burlões que enganavam os consumidores. Batoteiros que violavam as regras para proveito próprio, que enganavam estudantes. Donald Trump geriu uma faculdade com fins lucrativos que enganava os estudantes. E enquanto procuradora, especializei-me em casos que envolviam abuso sexual. Bom, Trump foi considerado culpado de cometer abuso sexual. Enquanto procuradora-geral da Califórnia, levei a tribunal bancos de Wall Street e responsabilizei-os por fraude. 

Donald Trump… Esta campanha é sobre contra quem lutamos e sobre por quem lutamos. Vejam como estamos a gerir as nossas campanhas. Donald Trump está a apoiar-se nos bilionários e nas grandes corporações. E está a oferecer acessos em troca de contribuições de campanha. Há alguns meses, todos viram há alguns meses, em Mar-a-Lago, como ele literalmente prometeu às grandes empresas petrolíferas, aos grandes lobistas do petróleo, que os defenderia em troca de mil milhões de dólares em doações de campanha.

Por outro lado, nós estamos a gerir uma campanha que é movida pelas pessoas. E acabámos de receber uma notícia de última hora, acabámos de ter as melhores 24 horas de angariação de fundos de bases na história das campanhas presidenciais. Certo? E porque somos uma campanha movida pelas pessoas, Wisconsin, esta campanha também tem a ver com duas visões diferentes da nossa nação. Uma em que estamos focados no futuro. A outra focada no passado.

Acreditamos num futuro em que cada pessoa tem a oportunidade não apenas de sobreviver, mas de progredir. Um futuro em que nenhuma criança tem de crescer na pobreza, em que cada trabalhador tem a liberdade de se juntar a um sindicato, em que cada pessoa consegue pagar cuidados de saúde acessíveis, cuidados de saúde para os seus filhos, e tem licenças parentais pagas. Acreditamos num futuro em que cada idoso pode reformar-se com dignidade.

Tudo isto para dizer que construir a classe média será um objetivo determinante da minha presidência. Porque vejam: todos nós aqui, no Wisconsin, sabemos que quando a nossa classe média é forte, a América é forte. Mas Donald Trump quer fazer o nosso país regredir. Ele e a sua agenda extremista do Projeto 2025 vão enfraquecer a classe média. Sabemos que temos de levar isto a sério. Acreditam que eles escreveram mesmo aquilo?

São 900 páginas. Mas o que se passa é o seguinte: quando as lemos, vemos que Donald Trump pretende fazer cortes na Segurança Social e no Medicare. Pretende dar alívios fiscais aos bilionários e às grandes corporações e pôr as famílias trabalhadores a pagar a fatura. Eles querem acabar com o Affordable Care Act e levar-nos de volta a uma época em que as companhias de seguros tinham o poder de recusar o acesso a pessoas com doenças pré-existentes. Lembram-se de como isso era? Crianças com asma? Mulheres a sobreviver com cancro da mama? Avós com diabetes? A América já experimentou estas políticas económicas falhadas no passado, mas não vamos voltar atrás. Não vamos voltar atrás. 

Não vamos voltar atrás porque a nossa é uma luta pelo futuro. E é uma luta pela liberdade. Gerações de americanos… Temos de nos lembrar disto, dos ombros sobre os quais nos apoiamos. Gerações de americanos antes de nós lideraram a luta pela liberdade. E agora, Wisconsin, o bastão está nas nossas mãos. Acreditamos na liberdade sagrada do voto, vamos garantir que cada americano tem a possibilidade de votar e ver o seu voto contar.

Liberdade reprodutiva… Vamos travar as proibições extremas de aborto que Donald Trump defende porque confiamos nas mulheres para tomarem decisões sobre o seu próprio corpo sem terem o governo a dizer-lhes o que fazer. E quando o Congresso aprovar um projeto-lei para restaurar as liberdades reprodutivas, enquanto presidente dos EUA, vou ratificar essa lei.

Portanto, Wisconsin, em última instância, nestas eleições cada um de nós enfrenta uma questão: em que tipo de país queremos viver? Queremos viver num país de liberdade, compaixão e Estado de Direito ou num país de caos, medo e ódio?

Eis a beleza deste momento. Cada um de nós tem o poder de responder a esta questão. O poder está com as pessoas. Cada um de nós tem o poder de responder a esta questão. E portanto, nos próximos 105 dias, temos trabalho a fazer. Temos portas às quais bater, temos chamadas telefónicas para fazer, temos eleitores para registar e temos uma eleição para ganhar.

Portanto, Wisconsin, hoje pergunto-vos: estão prontos para começar a trabalhar? Acreditamos na liberdade? Acreditamos nas oportunidades? Acreditamos na promessa da América? E estamos prontos para lutar por isso? Quando lutamos, vencemos. Que Deus vos abençoe, que Deus abençoe os Estados Unidos da América".

A Semana com CNN Portugal

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Colunistas

Opiniões e Feedback

D. G. WOLF
4 days 7 hours

A Guiné-Bissau é uma espinha atravessada na garganta dos cabo-verdianos.

JP
8 days 9 hours

hehehe SATANÁS ta inspeciona DEMONIOS hehehe Só trossa propi

António
10 days 2 hours

Abro radio e tv oiço aplicacao de milhões e milhoes escudos , de um momento para outro. Cifrões serios e não serios

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