Agora repousas, oh filósofo do futebol/, Enquanto o teu legado vive no ar, num farol/. E os do Sul, que tanto te temiam/, Sabem que sem ti, o Norte não dormia/. Oh Pinto da Costa, oh líder sem igual/, Até no além, continuas a ser o mais imortal. 

 

Por José Mendonça Monteiro*

 

 

 

 

Oh, Jorge Nuno, filósofo do Norte, 

Profeta do Dragão, líder do FC Porto,

Que transformou o FCP num movimento, 

Não só de bola, mas de pensamento. 

 

Contra o centralismo, te ergueste firme, 

Não só com palavras, num percurso íngrime,

De querer libertar o Norte opresso, 

Enquanto o Benfica e o Sporting, no seu excesso, 

Dominavam o Desporto, o país, o centralismo, 

Com financiamentos e um certo cinismo. 

 

Mas tu, oh Pinto, com tua ligação sobrenatural, 

Foste mais que um homem, foste um ideal. 

Um profeta que, com seu manto azul e branco, 

Desafiou o status quo, sem medo e sem embargo. 

Tua espiritualidade era tão forte, 

Que até o  tribunal temeu a sua  morte. 

Nenhuma cadeia te prendeu, oh mito, 

Pois o sobrenatural sempre foi teu respiro. 

 

42 anos de presidência, oh número sagrado, 

Que no teu funeral se fez revelado: 

Às 1:24, na porta 24,  trocar 2 e 4=42,

Á 24 km de Lisboa, trocar 2 e 4=42,

Um sismo de 4,2, no Seixal a tremer, 

Enquanto o Benfica tentava crescer. 

Coincidência? Não, oh Jorge Nuno, 

Foi o universo a rir, num momento oportuno. 

 

E enquanto o Eusébio, grande estrela do Benfica, 

Recebeu teu respeito, numa homenagem rica, 

Na tua partida, oh líder sem par, 

Nem Sporting, nem Benfica te quiseram honrar. 

Silêncio de Lisboa, oh que surpresa, 

Enquanto o Norte chorava na certeza: 

Pinto da Costa, foste mais que um homem, 

Foste um símbolo, um mito, um poema. 

 

Agora repousas, oh filósofo do futebol, 

Enquanto o teu legado vive no ar, num farol. 

E os do Sul, que tanto te temiam, 

Sabem que sem ti, o Norte não dormia. 

Oh Pinto da Costa, oh líder sem igual, 

Até no além, continuas a ser o mais imortal. 

 

E assim, com ironia e um toque de sarcasmo, 

Celebramos o homem que foi um abismo: 

Entre o Norte e o Sul, entre o céu e o chão, 

Jorge Nuno Pinto da Costa, oh grande dragão!

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*Licenciado em Direito;Técnico de Segurança Pública; Pós-graduando em Direito Penal e Direito Processual Penal militar