O investigador cabo-verdiano Victor Barros defendeu hoje, em Bissau, que o “pai” das independências da Guiné e Cabo Verde, Amílcar Cabral, começa a ser parcialmente reconhecido em Portugal.
Investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Barros integra um grupo de académicos de diferentes universidades portuguesas e guineenses reunidos em Bissau num seminário.
O evento decorreu hoje no Instituto de Estudos e Pesquisas, na capital guineense, sob o tema “A Guiné-Bissau e a Revolução de Abril, História, Memória e Globalização”.
Entre os temas debatidos destacou-se o que versou sobre "Amílcar Cabral: de agrónomo ao serviço do Estado colonial a líder da independência nacional".
Instado pela Lusa a comentar de que forma Cabral é hoje visto em Portugal, o investigador Victor Barros considerou que "é pouco o reconhecimento que é dado à figura de Cabral em Portugal", mas que “o revolucionário, o teórico e pensador africano” começa a ganhar alguma notoriedade.
Membro da equipa de coordenação do seminário, Barros considerou que o reconhecimento de Cabral em Portugal adveio, sobretudo, do interesse que desperta em países como os Estados Unidos da América e Austrália.
“É um dos académicos mais lidos entre vários académicos do mundo e há cátedras, um pouco por todo o lado, e há várias teses que são feitas nas universidades estrangeiras, nos Estados Unidos da América até à Austrália Cabral é amplamente estudado e é colocado no mesmo pedestal que teóricos famosos”, assinalou.
O investigador cabo-verdiano admitiu o interesse de Cabral nas academias portuguesas, mas vê as suas ideias a serem incorporadas mais nas dinâmicas dos movimentos sociais como referência nas lutas atuais.
Victor Barros reconheceu as ideias de Amílcar Cabral em questões como a conexão de lutas, de emancipação, de igualdade, de construção do bem comum e de uma sociedade mais justa.
A Semana com Lusa
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments