O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um decreto que prevê um aumento dos efetivos militares da Rússia em 137.000 soldados, elevando o número total de operacionais para mais de 1,15 milhões.
Segundo a Lusa, de acordo com o decreto presidencial hoje publicado, que entrará em vigor em 01 de janeiro de 2023, as Forças Armadas russas passarão a contar com 1.150.628 efetivos militares, informou a agência de notícias Interfax.
Após o novo aumento, os quadros das Forças Armadas russas irão ultrapassar os dois milhões elementos (2,039,758), número que inclui pessoal civil.
Em novembro de 2017, Putin tinha fixado o número de militares efetivos em 1.013.628, naquela que foi uma medida inédita em quase uma década. Nessa data, em termos globais e incluindo pessoal civil, os quadros das Forças Armadas russas passaram a contar com 1,902,758 pessoas.
O novo decreto de Putin não especifica como será feito o processo de reforço dos quadros das Forças Armadas, nomeadamente se vai passar por um aumento de recrutas e de voluntários, ou se será adotada uma combinação de ambos.
O Kremlin (Presidência russa) tem afirmado que apenas soldados voluntários contratados estão a participar na “operação militar especial” na Ucrânia, rejeitando as alegações de que está a ponderar uma ampla mobilização de forças de guerra.
Os ‘media’ russos e várias organizações não-governamentais (ONG) dizem que o Kremlin tentou aumentar o número de tropas envolvidas na ação militar na Ucrânia, atraindo mais voluntários, contratando mercenários e oferecendo amnistia a alguns prisioneiros em troca da participação na missão militar.
Segundo a mesma fonmte, as autoridades regionais russas também têm feito esforços no sentido de reforçar as fileiras, formando batalhões de voluntários para serem enviados para a Ucrânia.
Todos os homens russos com idades entre os 18 e 27 anos devem servir um ano nas Forças Armadas, mas uma grande parte evita o recrutamento, alegando motivos de saúde ou usando o esquema de adiamentos concedidos a estudantes universitários.
A proporção de homens que evitam o recrutamento é particularmente elevada em Moscovo e em outras grandes cidades.
Putin já tinha ordenado a convocação de 134.500 militares durante o mais recente recrutamento, na primavera deste ano, e 127.500, no outono passado.
Nos últimos anos, o Kremlin conseguiu o aumento da quota de soldados voluntários contratados, à medida que procurava modernizar o exército.
Antes de o Kremlin enviar tropas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro, os militares russos tinham mais de 400.000 soldados contratados, incluindo cerca de 147.000 nas forças terrestres.
O número de recrutas foi estimado em cerca de 270.000, e oficiais e suboficiais representavam o restante.
Observadores militares têm apontado que, se a campanha no território ucraniano se arrastar, esses números podem ser claramente insuficientes para sustentar as operações na Ucrânia, que declarou a meta de formar um exército forte composto por um milhão de soldados, refere a Lusa.
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