quinta-feira, 21 novembro 2024

I INTERNACIONAL

Paquistão: Ex-PR Musharraf condenado à morte por traição

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O ex-presidente da República Paquistanesa, Pervez Musharraf, de 76 anos, foi, esta segunda-feira, 16, condenado à pena capital num julgamento à revelia acusado de "alta traição". Eleito em 2001, sete anos depois foi obrigado a demitir-se para não ser destituído. Hoje refugiado nos Emirados Árabes, sem acordo de extradição com o Paquistão, Musharraf não será sequer detido.

O general de quatro estrelas que foi o primeiro a jurar pela Constituição ao chegar à presidência da República pagaria o preço dessa ocidentalização, também expressa nas diversas políticas: economia liberal, liberdade de imprensa, abertura cultural ao "Ocidente", em especial aos Estados Unidos, donde lhe veio o cognome de "Musharraf o Cowboy".

Ao longo dos seus oito anos como presidente do país onde o conservadorismo religioso anda de braço dado com o poder militar, Pervez Musharraf teve de combater em duas frentes. Uma a oposição liderada pela primeira-ministra Benazir Bhutto, herdeira do pai fundador do partido da independência, PPP-Partido Popular do Paquistão, e que ela fez transitar de socialista a liberal. Outro, as forças nacionalistas e conservadoras e religiosas unidas politicamente sob a liderança do religioso Ahmad Noorani.

A crescente força opositora do ’califa’ Ahmad Noorani, presidente do maior partido da oposição MMA-Muttahida Majlis-al-Amal/Concílio Unido da Ação, que integrou todos os partidos religiosos e de tendências conservadoras, foi um dos fatores determinantes da queda de Musharraf.

Mas houve também o fator Estados Unidos, sob o presidente Bush: em 2007 derraparam as excelentes relações com o presidente Musharraf, acusado de corrupção, que lhe valeu uma condenação na Suiça. Washington passou a apoiar a opositora Bhutto exilada no Dubai.

Em 2008, Musharraf deixou de poder resistir ao MMA e acusado num processo de impeachment (destituição) foi forçado a demitir-se. Autoexilou-se no Reino Unido.

Em março de 2013 regressou ao país num voo que terminou em Karachi/Carachi, onde o esperavam milhares de apoiantes. Anunciou então que ia candidatar-se às eleições gerais de novembro 2013. Em abril , o Tribunal Eleitoral desqualificou-o como candidato dada a condenação na Suíca. Em seguida, a Justiça iniciou processos contra Musharraf, que acabou detido.

Em 2014, refugiou-se no Dubai, após a vitória do presidente Sharif que se tornou o seu maior opositor após a morte, em 2013, de Noorani. Sharif empenhar-se-ia em mover-lhe mais um processo desta vez acusando-o de ter mandado matar, em 2007, a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.

A sentença do ex-presidente acontece doze anos após os factos principais de que é culpado, no fim de um longo processo que agora termina em condenação à pena capital, sob o governo "nacionalista" de Imran Khan apoiado por forças conservadoras e religiosos.

PM Imran Khan, ex-campeão de críquete convertido à política

O primeiro-ministro que tomou posse em agosto de 2018, é apoiado pelo partido TLP-Partido Nacional Paquistanês constituído por fundamentalistas sufistas, incluindo a própria esposa, Bushra Maneka, que é uma respeitada líder espiritual sufista.

A promessa eleitoral mais destacada de Imran Khan, ex-campeão de críquete convertido à política, foi "libertar o Paquistão da escravatura imposta pelos Estados Unidos", como refere a AFP citando o diário paquistanês "The Nation", sediado em Lahore.

A ascensão do antigo campeão mundial de críquete à Primatura do Paquistão está a ser perspetivada como parte de uma onda, que se teme imparável, dos novos nacionalistas que, um pouco por todo o mundo dos Estados Unidos às Filipinas, da Hungria ao Brasil), têm sido eleitos com promessas populistas que desafiam alguns dos direitos universalmente reconhecidos.

Fontes: Referidas/Arquivos online. Relacionado: Paquistão: Cristã Asia Bibi ainda presa e advogado foge ameaçado de morte, 04.11.018. Foto oficial de Musharraf, no Fórum de Davos em 2008.

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 11 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 10 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 9 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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