O presidente boliviano demitiu-se, no domingo, 10. O Exército foi decisivo para resolver o impasse em torno da reeleição de Evo Morales, candidato a um quarto mandato, que obteve 47,07% contra os 36,51% do ex-presidente Carlos Mesa. Mas com o seu rival queixou-se de fraude à OEA, pedindo que intervenha, a União Europeia e os Estados Unidos pediram a ida à segunda-volta.
Segundo a lei boliviana, o vencedor do pleito eleitoral é o que obtém mais de cinquenta por cento ou, então, aquele que atingir mais de quarenta por cento e com mais de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado. Com Mesa a queixar-se de fraude à OEA e a União Europeia e os Estados Unidos a apoiarem a ida à segunda-volta, o pouco espaço que restava a Morales acabou de lhe ser retirado pelos aliados e pelo Exército.
O segundo colocado após a divulgação dos primeiros resultados parciais no domingo, a suspensão da contagem por mais de vinte horas reclamou na segunda-feira, 27, da demora na contagem dos votos e acusou o governo de ’fraude’. Entretanto, o vice-presidente do TSE demitia-se descontente com a suspensão da contagem.
Ainda com a contagem por concluir, Carlos Mesa dirigiu na terça-feira uma reclamação à OEA-Organização dos Estados Americanos. De acordo com o centrista Carlos Mesa — ex-presidente que chefiou a Bolívia por dezasseis meses, de 2003 a 2005 —, durante a contagem de votos tudo apontava para uma segunda-volta e só a publicação dos votos após a suspensão deu vantagem ao socialista Evo Morales.
Confusão
A confusão começara com a presidente do TSE, Maria Eugenia Choque, a anunciar cerca das 20 horas de domingo (mais 2H em Cabo Verde) que com 84% dos votos contados, Morales ia nos 45,28% e Mesa nos 38,16%.
"Estamos na segunda-volta!", rejubilou Mesa, acompanhado dos apoiantes na sede da campanha. Os principais diários internacionais fizeram manchetes com a possível segunda-volta. Inédita na Bolívia — onde o ameríndio Morales tem sido invicto desde o primeiro mandato em 2006.
Mas com a contagem a prosseguir, o TSE na terça-feira indicava que com 90% dos votos contados Evo Morales ia nos 47,06% contra os 36,52% do ex-presidente Carlos Mesa. Segundo a lei boliviana, o vencedor do pleito eleitoral é o que obtém mais de cinquenta por cento ou, então, aquele que atingir mais de quarenta por cento e com mais de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado.
Pressão pela 2ª volta
Impossibilitado de ir à segunda-volta, Mesa pediu na terça-feira aos apoiantes para ficarem na rua até que o Tribunal Superior Eleitoral marque a etapa complementar.
Desde então manifestantes em apoio de um e outro candidato têm entrado em confronto. Na manhã de sexta-feira, 1, o anúncio dos resultados oficiais levou de novo a violência às ruas de La Paz, a capital.
Entretanto, a União Europeia, a OEA e os Estados Unidos pediam a realização da segunda-volta.
Fontes: El País/Euronews/Relacionado: Bolívia: Morales obtém maioria com mais 10% que Mesa na eleição presidencial, mas EUA e EU pedem 2ª volta, 26.out.019; Evo Morales anuncia greve de fome para aprovar lei eleitoral na Bolívia, 10.abr.009.
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