Um líder religioso islâmico — que fazia parte da organização que em 2005 ajudou a elaborar leis mais duras contra o adultério na Indonésia — foi, na quinta-feira, 31, açoitado em público, um mês depois de ter sido encontrado numa praia com uma mulher casada.
Mukhlis bin Muhammad, membro do Conselho dos Ulemás de Achém (MPU, na sigla em inglês), um influente órgão religioso, foi punido com 28 chibatadas. A mulher com quem ele teve o caso foi açoitada 23 vezes.
Mukhlis, de 46 anos, é da região de Achém — na ilha de Sumatra, e também internacionalizada como Aceh, a área do Oceao Índico mais devastada pelo tsunami de 26 de dezembro de 2004.
Achém/Aceh, como o primeiro lugar que aceitou o islamismo no século XIII, é profundamente conservadora e a Sharia, a rígida lei islâmica, é aplicada desde 2005.
"Esta é a lei de Deus. Qualquer um deve ser açoitado se for considerado culpado, mesmo que seja membro do MPU", afirmou Husaini Wahab, vice-prefeito do distrito de Achém Besar, onde Mukhlis reside, à BBC News Indonesia.
Wahab anunciou ainda que Mukhlis seria expulso do MPU, órgão que assessora o governo local e o legislativo na elaboração e implementação da lei islâmica.
Ele é o primeiro líder religioso a ser açoitado publicamente na região, desde que a Sharia entrou em vigor em 2005. A lei aplica-se a muçulmanos e não-muçulmanos.
O sexo extraconjugal, a homossexualidade, os jogos de azar e o consumo, produção e distribuição de álcool também são considerados ilegais pela Sharia. Em 2017, dois homens foram condenados a 83 chibatadas, em Achém, por homossexualidade.
O executante dos açoitamentos — previstos para acontecer em espaços públicos ao ar livre, mas vedados a crianças — deve ter todas as partes do corpo cobertas, exceto os olhos, para impedir que seja identificado.
Fonte: BBC/AFP/Arquivos
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