A Cabo Verde Airlines assinou, esta sexta-feira, na Praia, uma linha de crédito de 24 milhões de dólares (cerca de 2.349.290.000 ECV) financiada pelo Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) e pelo Ecobank para impulsionar o desenvolvimento da empresa.
Em declarações à imprensa do CEO da Cabo Verde Airlines, Jeans Bjarnason explicou que na concepção do “business plan” ( plano de negócios) que cobrirá a companhia até 2030, ficou claro que a Cabo Verde Airlines precisava de capital durante os primeiros 18 a 20 meses para conseguir atingir os seus objectivos.
Por isso, garantiu que o empréstimo assinado com os bancos é para permitir que a Cabo Verde Ailines possa “navegar” ou operar durante 18 a 20 meses. Porém, acredita que depois desse período “a companhia aérea será lucrativa, considerando os resultados dos livros de contas e receitas.”
Questionado se a companhia vai entrar nas ligações nacionais inter-ilhas, Jeans Bjarnason afirmou que a Cabo Verde Airlines prefere focar nas rotas internacionais, apesar de reconhecer que os passageiros da mesma companhia que não são da Praia e do Sal, precisam de ligações internas.
“Nós esperávamos que alguém o fizesse, mas até esse ponto esses serviços não estão lá. Estamos a procurar outras opções e nós preferimos rotas internacionais”, explicou.
O administrador da BICV, César Ferreira, defendeu que a assinatura do acordo de financiamento é um momento histórico muito importante quer para a TCAV quer para Cabo Verde.
Explicou que o BICV, desde o primeiro momento, decidiu apoiar este projecto por ser estruturante para Cabo Verde e em especial para o desenvolvimento do sector do transporte aéreo.
“Esta operação é uma demonstração clara e inequívoca de compromissos que o grupo tem para com o desenvolvimento de Cabo Verde, da sua economia, das suas empresas e do seu desenvolvimento económico e social”, sustentou.
Por sua vez, o administrador da Ecobank, José Manuel Mendes, afiançou que a Ecobanck tendo a África como a sua estratégia e tendo a integração regional e africana como pano de fundo olhou para este projecto com o interesse que se impõe.
“É a integração de Cabo Verde que está aqui sobre a mesa. É a integração de uma forma mais pesada porque quando nós falamos do hub no Sal estamos a falar numa escala que a West África vai criar para a TACV, que já está a acontecer com o Senegal, vai fazer também com Abidjan e com a Nigéria que está na estratégia da empresa”, elucidou José Manuel Mendes, realçando que “essa operação tinha que ser acarinhada ao mais alto nível” pela Ecobank.
Governo e hub aéreo
Já o vice-primeiro ministro, Olavo Correia, assegurou que a assinatura desse contrato significa que o Estado está a criar oportunidades para fazer de Cabo Verde um hub de transportes aéreos, para transportar pessoas de e para Cabo Verde e ainda criar oportunidades de negócio nos mais diversos domínios.
“Nós não podemos continuar a ser uma economia baseada na monocultura do turismo que cria empregos, que são importantes para o país, mas não são empregos qualificados e muitas vezes são empregos mal remunerados. Nós temos que diversificar a economia para que possamos criar empregos qualificados e bem remunerados”, clarificou Olavo Correia, referindo que a Cabo Verde Airlines tem neste momento 300 trabalhadores cabo-verdianos e dos quais 64 pilotos. A Semana com Inforpress
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