O PAICV (oposição) culpou hoje, o Governo pela "degradação" da saúde em Cabo Verde, relembrando que a saúde é um "bem precioso” e um direito “inalienável” consagrado na Constituição da República deste país.
“Hoje vivemos um autêntico caos, desnorte, medidas avulsas, forçando a mudança quase que geral de quadros competentes para sectores de saúde onde não são tão úteis, numa posição apenas de mudar por mudar, complicando ainda mais o sistema já em si a esgotar-se”, criticou.
Esta acusação foi feita hoje pela deputada nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) Paula Moeda, em conferência de imprensa sobre a situação actual do sistema de saúde a nível nacional, exortando o Governo para o cumprimento cabal da carta magna no que toca à saúde e melhoria de qualidade de vida das populações.
“Nos últimos anos estes direitos têm sido de baixíssima qualidade por falta de criação e manutenção de condições e a devida atenção que o sector merece”, disse a deputada, acrescentando que "boa saúde" deveria constituir uma prioridade da governação do Movimento para a Democracia (MpD), por se tratar de vidas.
“Hoje vivemos um autêntico caos, desnorte, medidas avulsas, forçando a mudança quase que geral de quadros competentes para sectores de saúde onde não são tão úteis, numa posição apenas de mudar por mudar, complicando ainda mais o sistema já em si a esgotar-se”, criticou.
Esta parlamentar considerou também que há uma "clara queda” a nível do acesso aos cuidados de saúde de qualidade, ressaltando que os cabo-verdianos estão “sem esperança” de dias melhores.
Quanto à situação da dengue no país, Paula Moeda acusou o Governo e a ministra da Saúde de terem "falhado" em toda a dimensão no combate “tardio e tímido” à esta epidemia, sobretudo pela “falta de stock” de materiais de combate, diagnóstico, tratamento adequado e ainda que se tornou “preocupante as péssimas condições de trabalho” nos hospitais.
Neste sentido, considerou que existem angústias, medos, insegurança nos pacientes e seus familiares, falta de confiança no sistema de saúde.
Prosseguiu que “não houve” uma preparação adequada com os primeiros sinais, casos, uma prevenção forte e um sector actuante incisivo por parte do Governo desde o início desta epidemia.
Na mesma linha, a parlamentar apontou ainda falhas a nível das condições de trabalho dos agentes de luta anti-vectorial que se mostraram "insatisfeitos" por falta de condições de trabalho e vínculos precários.
A mesma fonte afirmou ainda que os agentes sanitários que fazem pulverização "não têm" subsídio de riscos e que também faltam materiais de pulverização e de testes de dengue.
Paula Moeda denunciou igualmente as condições físicas do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), na Praia, afirmando que está a "degradar-se " todos os dias.
“O bloco operatório a cair em pedaços, pacientes saem muitas vezes do bloco e apanham infecções”, mencionou, reforçando que de há 8 anos para cá “a saúde está de má saúde” e que as “insatisfações aumentam e as mágoas acumulam-se", afirmou.
No que se refere ao caso de desaparecimento do corpo de um bebé no HUAN, disse que é de “inqualificável gravidade”.
“A família do bebé Victor está destroçada, sem uma palavra de conforto do Governo, do ministério e da direcção do hospital. A mãe desolada com trauma pós-parto, sem assistência psicológica, acompanhamento de assistente e um ponto focal para ligação com as autoridades do Estado.
Avançou que a família desse bebé aguarda o desfecho deste caso e que exigem o corpo do mesmo, para fazerem um funeral condigno.
“Exigem também que sejam responsabilizados os culpados neste caso”, afirmou.
A Semana com Inforpress
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