Um levantamento das autoridades cabo-verdianas aponta para a necessidade de limpar encostas de estradas da ilha de Santo Antão, após uma rocha ter esmagado um transporte coletivo, causando dois mortos e a amputação do braço a uma turista.
As avaliações foram realizadas durante três dias, mas até ao momento nenhuma estrada foi sinalizada como de perigo iminente, apesar de, há uma semana, uma rocha ter esmagado parte de um transporte coletivo, resultando em dois mortos, seis feridos, incluindo uma turista francesa de 62 anos, que sofreu a amputação de um braço.
"Após o levantamento, verificámos que existem zonas onde é possível fazer uma limpeza controlada de determinados troços", afirmou à Lusa a comandante regional do Serviço Nacional da Proteção Civil, Vitória Veríssimo, que chefiou uma missão à ilha de Santo Antão para avaliar a ligação entre Porto Novo e Janela, uma das principais vias.
De acordo com a comandante, a missão contou com uma equipa das Estradas de Cabo Verde e um geólogo, que fizeram o levantamento de toda aquela zona da ilha.
"O geólogo detetou que há algumas pedras que podemos soltar mecanicamente, com o auxílio de instrumentos. Na Proteção Civil, temos dois técnicos especializados neste tipo de trabalho e também pessoas com experiência na área", explicou.
Após a avaliação, os técnicos estão a elaborar um relatório, que será entregue ao Governo, para que este decida quais as zonas que necessitam de uma intervenção urgente.
As avaliações foram realizadas durante três dias, mas até ao momento nenhuma estrada foi sinalizada como de perigo iminente, apesar de, há uma semana, uma rocha ter esmagado parte de um transporte coletivo, resultando em dois mortos, seis feridos, incluindo uma turista francesa de 62 anos, que sofreu a amputação de um braço.
"Em Santo Antão, as encostas e a estrada atravessam montanhas, mas não há sinalização de perigo iminente", referiu, acrescentando que em quase todas as ilhas de Cabo Verde existe esse risco, uma vez que as vias são frequentemente construídas em encostas, dada a natureza vulcânica do arquipélago.
"São situações que não conseguimos controlar, é a natureza a atuar", explicou, numa alusão aos fenómenos naturais de erosão.
A comandante regional disse que há zonas onde é possível realizar uma limpeza controlada com a ajuda de técnicos, mas que existem áreas de difícil acesso impossíveis de alcançar.
Após o acidente ocorrido na estrada que contorna encostas íngremes entre Porto Novo e Janela, os condutores e alguns residentes pediram a intervenção do Governo para tomar medidas que previnam os acidentes nesta via devido à queda de pedras.
Santo Antão recebeu, em 2023, a Conferência Internacional de Turismo Rural e de Natureza, reforçando a aposta do Governo na promoção da ilha, que, juntamente com outras, oferece experiências ligadas à natureza, distintas do turismo de "sol e praia".
O turismo e as atividades associadas, como os transportes, estão a crescer e são o motor da economia do arquipélago, tendo o Governo previsto ultrapassar, no último ano, a meta de 1,2 milhões de turistas, anteriormente apontada para 2026.
A Semana com Lusa
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