quarta-feira, 05 fevereiro 2025

PR cabo-verdiano sugere formação de professores como forma de reparações para com África

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O Presidente cabo-verdiano, José Maria neves, incluiu hoje o investimento na formação e qualificação de professores como uma forma de o mundo fazer reparações para com África.

“Reparar através da educação é, verdadeiramente, investir no futuro. Este processo implica não apenas a reconstrução das escolas destruídas, mas também a formação de professores devidamente qualificados, capazes de transmitir muito mais do que conhecimento académico”, referiu o chefe de Estado. “Estes professores devem ser portadores de valores universais – ensinar a paz, a tolerância, a história partilhada dos nossos povos e a riqueza inestimável da nossa diversidade cultural”, disse ao discursar na abertura do ano judicial do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos, em Arusha, Tanzânia.

Numa cerimónia dedicada ao tema, em linha com um dos pilares da União Africana (UA) para este ano, o discurso de José Maria Neves centrou-se na ideia de que a questão das reparações transcende a mera compensação material” e insere-se “numa perspetiva holística, que abrange os alicerces essenciais da saúde, educação e cultura, pilares imprescindíveis para a cura das feridas do passado e para a edificação de um futuro de equidade e prosperidade”.

África carrega ainda “as cicatrizes de múltiplos flagelos, guerras fratricidas, divisões étnicas instrumentalizadas, incluindo o sistema do apartheid, injustiças criadas, impostas e perpetuadas”, justificou.

Não basta reconstruir estradas, reerguer casas ou oferecer indemnizações materiais. É preciso ir além. É necessário investir naquilo que constitui o verdadeiro alicerce de um futuro sustentável”, ilustrou o chefe de Estado.

José Maria Neves defendeu a devolução de “bens culturais ilicitamente retirados do continente”, iniciativa já amplamente discutida a nível internacional, assim como “apoiar os artistas, preservar os sítios históricos, reconstruir os museus e incentivar a criação contemporânea”. 

Reparar através da cultura é muito mais do que reerguer edifícios ou compensar perdas materiais. É revitalizar línguas ameaçadas”, acrescentou.

A este propósito, reiterou a intenção de organizar uma cimeira da crioulidade, durante o ano de 2025, em Cabo Verde.

Para que as reparações alcancem os objetivos, África precisa de realizar, internamento, “uma segunda descolonização, uma descolonização mental que liberte as suas sociedades da dependência das narrativas neocoloniais”.

Segundo referiu, “as instituições regionais, como a União Africana”, devem ser “reformadas e fortalecidas” e os processos eleitorais no continente “precisam de ser normalizados para garantir estabilidade e representatividade”.

O chefe de Estado cabo-verdiano discursou hoje em Arusha, Tanzânia, a convite da presidente do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos, Imani D. Aboud.

A abertura do ano judicial de 2025 marca também o início da 76.ª Sessão Ordinária daquele tribunal, que decorrerá até 28 de fevereiro.

O Presidente cabo-verdiano tem defendido a restituição de bens culturais a África e outras regiões do mundo para preservação da cultura e espiritualidade local, como o fez na Assembleia Geral das Nações Unidas, Nova Iorque, em setembro de 2024.

A Semana com Lusa

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Colunistas

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Elisa Bettencourt
5 days 11 hours

uma jovem que não tinha necessidade de frete politico, mas pronto é essa a geração que só sabe andar de boleia de camelo

Lucas Rincon
7 days 7 hours

Há muito tempo que os técnicos recomendaram "vestir" esses troços perigosos com redes metálicas.

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