Os trabalhadores da Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) posicionaram-se hoje à frente da sede para exigir os seus direitos, nomeadamente, o pagamento do salário referente ao mês de Maio, depois das férias colectivas, terminadas esta sexta-feira, 14.
Em declarações à Inforpress Marcos Almeida explicou, em nome do grupo, que os trabalhadores da Bestfly Cabo Verde, designação comercial da TICV, se encontravam posicionados à frente da sede da companhia porque as férias colectivas terminaram hoje, e até ao momento a empresa não se tinha dirigido aos trabalhadores para dar qualquer cavaco.
“E aos poucos trabalhadores que ainda continuam na sede, foi-lhes dito que não precisavam ir trabalhar mais. Tudo indica que a companhia já fechou as portas e nós não sabemos de nada, sobre o que realmente está a acontecer com a empresa. Nenhum comunicado nesse sentido. Por isso, estamos a reivindicar os nossos direitos que foram garantidos pela Bestflay e pelo Governo”, conta, indignado com a atitude da companhia.
Segundo a mesma fonte, essa situação é sinónimo de instabilidade profissional, salarial e familiar dos profissionais da empresa.
“Colegas pilotos de cabine poderão perder a sua licença de voo se não desempenharem a função. Estamos à espera de uma resposta da companhia TICV, Bestflay, o dono, detentor de 70 por cento das acções da empresa e que já não está cá. Então, aguardamos uma resposta do Estado de Cabo Verde que detém 30 por cento das acções e que garantiu que os nossos direitos laborais seriam salvaguardados… no entanto não está a acontecer”, exteriorizou.
“Isso é uma vergonha. Há uns 15 anos que o nosso país não tem tido uma instabilidade a nível dos transportes. Já é tempo para parar, pensar, pôr os pés no chão porque Cabo Verde está a perder com esta situação”, concluiu.
A BestFly Cabo Verde é a designação comercial da TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde que operava os voos domésticos em Cabo Verde desde 2015.
Esta mudança de designação comercial ocorre com a entrada de novos accionistas no capital da empresa, cujo intuito era o de estabelecer um “marco para uma nova era” de transportes aéreos em Cabo Verde, com foco no cliente e na sua mobilidade entre as ilhas, nas suas viagens de negócio, lazer, visita a familiares ou por motivos de saúde, com o propósito de servir “cada vez melhor” os clientes e dinamizar a economia que gira à volta dos transportes.
Entretanto, no mês de Abril passado, em comunicado de imprensa enviado à Inforpress, a BestFly World Wide, accionista maioritária da TICV anunciou que deixaria de operar definitivamente em Cabo Verde e suspender a operação da companhia no país.
Esta decisão vem na sequência da suspensão do Certificado de Operador Aéreo (COA), e da Licença de Explorador Aérea (LEA) da TICV, representada pela Bestfly, por incumprimento de requisitos e degradação da capacidade financeira da empresa, conforme justificara a Agência de Aviação Civil (AAC) em nota de imprensa.
A Semana com Inforpress
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