sexta-feira, 14 março 2025

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Novo livro de Mário Lúcio Souza transformou o mundo numa livraria

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A personagem principal da nova novela do escritor cabo-verdiano Mário Lúcio Souza é um livro, em torno do qual os leitores fazem uma revolução e transformam o mundo numa livraria, história que começou nos “100 anos de solidão” de Gabo.

“Estava a reler os ‘100 anos de solidão’, de Gabriel Garcia Marques [também conhecido por Gabo], e fiz uma pergunta a mim mesmo: E se este livro nunca tivesse existido?”, contou Mário Lúcio à agência Lusa, a propósito da apresentação de “O livro que me escreveu”, que acontece sexta-feira, em Lisboa.

Por ser uma das obras mais lidas e traduzidas em todo o mundo, Souza concluiu que, sem o mesmo, “provavelmente a humanidade teria hoje menos imaginação e, certamente, muito menos escritores”.

“Comecei a escrever [‘O livro que me escreveu’] com a vaga ideia da história deste livro, tudo o que [Gabo] passou para o escrever. E se o livro tivesse desaparecido?”, questionou.

É, pois, em torno de um livro que desapareceu e do esforço de um escritor que demora 30 anos a escrevê-lo que o enredo da nova obra de Mário Lúcio Souza se desenvolve.

Apesar do protagonismo do autor e da mulher e de eventuais semelhanças com Gabriel Garcia Marques e Mercedes Barcha, o escritor esclarece que, sendo “em memória dos dois”, o narrador é uma personagem fictícia, lírica.

“O livro que me escreveu”, editado pelas publicações Dom Quixote, tem como centro do mundo o local onde o livro está e Mário Lúcio Souza acredita que “o livro nunca acabará”.

“Hoje, as pessoas não almejam mais, como se assomou para a Biblioteca de Alexandria, com um exemplar de todos os livros do mundo, mas um livro continua sempre a ser um livro”, disse.

O escritor não receia a revolução digital na literatura e até recorda que este já teve vários suportes, incluindo a pedra.

“O livro é um conceito, materializado é um objeto, mas o livro digital e noutra forma que apareça, continua sempre a ser um livro”, adiantou.

“Há livros que nos adoecem, mas eles mesmos trazem o remédio para a cura”, disse.

Nesta nova obra de Mário Lúcio Souza, “há povos que leem histórias que não estão no livro e há pessoas que leem sem saber ler”.

“Uma pessoa é um livro aberto, uma acumulação de saberes, à disposição da humanidade”, disse, reiterando o que se lê na obra: “A humanidade só se salva pelo acesso ao livro”.

Mário Lúcio Souza, que afirma só trabalhar quando tem prazer e só ter prazer quando trabalha, disse que se deliciou a escrever esta obra, tendo tentado ser “o mais brincalhão possível”.

Este é “um livro sem perspetiva moral”, do qual saíram coisas que o autor não planificou nem elaborou, mas que, de certo modo, deixa uma mensagem que tem a ver com “a latitude da generosidade, da ética, da paciência, do esforço jubiloso de 30 anos, da sabedoria para lidar com as perdas”.

“Na verdade, são vivências que têm muito a ver com a minha infância, a partilha, a generosidade, as coisas simples. Quando partilhamos, multiplicamos”, referiu.

Nascido no Tarrafal de Santiago, tema de um dos seus maiores sucessos musicais (“Ilha de Santiago”), Mário Lúcio Souza é o escritor cabo-verdiano mais premiado internacionalmente.

É cantor, compositor e multi-instrumentista, tendo recebido vários prémios e distinções.

 

A Semana com Lusa

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Colunistas

Opiniões e Feedback

Mindoca
14 hours 56 minutes

O que esse homem quer é fazer prova de vida. É que ele parece que está vivo, mas não está. Nem agora nem quando ele foi ...

Terra
20 hours 37 minutes

Deve ser fiscalizado antes de sair de Cabo Verde tb o dinheiro de contracto deve ser investido nos coitados de Cabo Verde nao ...

liberdade
1 day 20 hours

Mesmo complicado se ha verdade adiver essas brucracia pela mor de Deus?

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