A instabilidade nos transportes marítimos e aéreos, com impactos directos no abastecimento de bens essenciais e na atividade económica, marcou de forma negativa o ano de 2025 na ilha do Maio, deixando empresários e a população frustrados.
A CV Interilhas viu-se numa situação particularmente delicada devido à inexistência de navios alternativos para assegurar a linha de Sotavento, tendo as ligações com o Maio passado a ser realizadas de forma irregular pelo navio Dona Tututa.A crise logística foi agravada por constrangimentos no sector aéreo, após uma avaria num dos aparelhos da transportadora de bandeira TACV, que reduziu as frequências de voos para a ilha e aprofundou o sentimento de isolamento dos cerca de sete mil habitantes.
O momento mais crítico do ano ocorreu em Abril, desencadeado por um acidente com o navio Liberdadi, da concessionária CV Interilhas (CVI), que assegurava a ligação Praia–Maio, no Porto da Praia.
A avaria deixou a ilha com ligações marítimas instáveis durante cerca de três meses, condicionando seriamente o funcionamento dos negócios locais e o abastecimento de bens de primeira necessidade.
A CV Interilhas viu-se numa situação particularmente delicada devido à inexistência de navios alternativos para assegurar a linha de Sotavento, tendo as ligações com o Maio passado a ser realizadas de forma irregular pelo navio Dona Tututa.
A crise logística foi agravada por constrangimentos no sector aéreo, após uma avaria num dos aparelhos da transportadora de bandeira TACV, que reduziu as frequências de voos para a ilha e aprofundou o sentimento de isolamento dos cerca de sete mil habitantes.
Entre Abril e Julho, operadores económicos e a população manifestaram-se contra a TACV, a CV Interilhas e o Governo, denunciando perdas significativas nos negócios, atrasos no escoamento de mercadorias e um clima generalizado de desmotivação entre investidores locais.
A Associação dos Empresários e Empreendedores do Maio alertou para o facto de vários investidores terem ponderado encerrar atividades devido à paralisação económica provocada pela crise nos transportes.
Em Junho, dezenas de pessoas manifestaram-se na cidade do Porto Inglês contra a “estagnação económica”, apontando a crise nos transportes como o principal entrave ao desenvolvimento local e exigindo medidas imediatas ao Governo.
Na sequência das manifestações, o presidente da câmara, Valdino Rely Brito, denunciou o que classificou como “abandono e isolamento” da ilha e defendeu um reforço do apoio aos operadores económicos afectados pelos constrangimentos no setor dos transportes.
A situação dos transportes marítimos começou a normalizar-se apenas em meados de Julho, com a reposição, pela CV Interilhas, da frequência de três viagens semanais para a ilha do Maio.
Contudo, em Agosto, o cancelamento de eventos culturais de grande impacto económico, como o Festival de Moreia e o Festival de Música de Bixi Rotxa, em solidariedade com as vítimas das enxurradas em São Vicente, voltou a afectar os empresários locais, devido à anulação de viagens e à quebra no fluxo de visitantes.
No sector do desporto, o ano ficou marcado pela realização do fórum “Pensar Desporto”, promovido pela autarquia local, num contexto em que o Maio continuou a enfrentar uma crise no futebol regional, com dificuldades em organizar o campeonato regional pelo segundo ano consecutivo.
O ano terminou com a iniciativa “Presidência na Ilha”, durante a qual o Presidente da República, José Maria Neves, visitou várias localidades do Maio e defendeu o reforço dos apoios aos pequenos municípios, como forma de combater as assimetrias regionais e garantir igualdade de oportunidades às ilhas mais encravadas do país.
A Semana com Inforpress








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