A presidente da Federação Nacional das Mulheres do PAICV(FNMPAI) crítica, hoje, que a recente remodelação do Governo de Cabo Verde, liderado pelo Primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, é «um autêntico retrocesso», limitando claramente a voz, a influência e a ação das mulheres na vida política do país.
“A solução do MPD apresentada ao País no âmbito da remodelação governamental, há escassos 10 dias, reverte os avanços que Cabo Verde havia feito em termos de inclusão feminina na política e confirma a orientação do MPD pela menorização da participação das mulheres, tão flagrante durante as últimas eleições autárquicas”, fundamenta Ana Paula Moeda em conferência de imprensa.
A conferencista lembra que em 2008 as Mulheres chegaram a representar 60% de Ministros, constituindo um peso enorme e bem conseguido na governação do país.
Conforme salienta, a sub-representação das Mulheres não apenas compromete a equidade nas decisões políticas, mas também pode afetar negativamente a formulação de políticas que considerem as perspetivas e necessidades femininas, bem como as das Famílias Cabo-verdianas.
“Portanto, essa remodelação vai resultar em um Governo menos sensível às questões Sociais bem como às de género e à promoção da igualdade”, disse.
Segundo a mesma dirigente do maior partido da oposição, «é um arranjo tosco que despreza a prática da Representatividade Regional», revelando a insensibilidade do MpD em relação à coesão territorial e à participação das Ilhas no Executivo da República.
Acrescenta que é uma proposta atabalhoada, claramente de fim do ciclo, no flagrante dos " jobs for the boys" em detrimento da Juventude pujante que assiste suas reais oportunidades a fugirem-lhe e a intergeracionalidade a cair por terra.
“Em suma, um Governo em que o Povo Cabo-verdiano não se revê e que caminha para uma derrota anunciada”, afirmou.
Ana Paula Moeda salientou, por outro lado, que é essencial reduzir a insatisfação Cidadã em relação às Instituições democráticas e encurtar a distância entre os governantes e os governados.
Diz ainda que essa flagrante falta de representatividade feminina está à revelia da maioria dos cidadãos que, pelas eleições, determinam os poderes e que, pelas contribuições e impostos, sustentam os seus titulares.
“A pergunta que as Cabo-verdianas e os Cabo-verdianos já fazem é a seguinte: que Governo este, o pior desde a Independência Nacional, para estes anos em que o País espera comemorar com dignidade Patriótica o Cinquentenário da Soberania e tem também por ambição atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável nos próximos 5 anos?”, questiona a presidente da Federação das Mulheres do PAICV.
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