O PAICV afirmou, hoje, que é urgente que o Estado invista em mecanismos que garantam uma verdadeira inclusão social, com políticas públicas que promovam a equidade e a participação ativa de todos os cabo-verdianos. O partido acrescentou que é preciso começar pelo meio rural.
“Se a pobreza em Cabo Verde é maioritariamente rural, se os discursos em Cabo Verde são de que a pobreza é estrutural. Não devemos atacar as estruturas que limitam e condicionam as atividades e rendimentos das famílias, Sr. Ministro?”, questionou a Deputada Eveline Ramos, no debate com o Ministro das Famílias,salientou.
Disse que é preciso começar pelo mundo rural com uma um intenso programa de mobilização de água, modernizando a agricultura, a pecuária e promovendo a transição da pesca artesanal para semi-industrial e industrial sem descurar do estabelecimento de programas para os mais vulneráveis como as crianças, idosos e pessoas com deficiência.
Questionamentos e promessas por cumprir pelo governo
Durante o debate , Eveline Ramos fez diversos questionamentos ao Ministro da Família , em torno dos compromissos assumidos pelo Governo, entre eles:
- -Em que pé está o compromisso de “Fazer as pessoas e as famílias saírem da pobreza para serem livres, autônomas, viverem com dignidade e poderem ascender social e economicamente na vida”? Será que em praticamente 1 ano vão conseguir tirar 115 mil pessoas da pobreza extrema?
- - Onde paira o compromisso do “Governo intensificar políticas públicas e investimentos para nenhuma criança e nenhum jovem ficar para trás no acesso à educação e para qualificar e massificar a inserção produtiva dos jovens e ainda apostar nos jovens como futuro de Cabo Verde”? No entanto para não ficarem para trás, hoje temos jovens a sair do país em massa por falta de emprego e oportunidades? Aliás, por onde andam os 45 mil postos de trabalho dignos e bem remunerados?
- -Como está o compromisso de o “Governo oferecer uma educação de Excelência”? Será que a excelência, para este governo, se traduz em deixar os professores 5 meses sem salários?
- Como está o compromisso para a “implementação do Programa de Segurança Habitacional visando a requalificação das habitações degradadas das famílias pobres, priorizando as famílias na extrema pobreza e em situação de maior risco de colapso”? Porque são inúmeras as famílias e idosos que gritam, diariamente, por socorro, com seus tetos a desabarem.
“O Governo do MpD e Ulisses Correia e Silva colocaram no seu programa de Governo um conjunto de compromissos, que os cabo-verdianos aguardam, desesperançados, para o seu cumprimento. Tanto assim é que, nas ruas e ribeiras deste nosso Cabo Verde, as pessoas e as famílias nos dizem que aguardam com impaciência para a chegada de 2026 para que haja mudança na governação de Cabo Verde”, salientou.
Segundo referiu ainda não se pode falar de inclusão sem abordar a alta taxa de desemprego, subemprego que afeta milhares de jovens e as mulheres e ainda a falta de oportunidades sociais. Precisamos de uma política robusta para a capacitação profissional e a criação de oportunidades reais para que todos os cabo-verdianos possam participar ativamente no desenvolvimento do nosso país.
Mas também que ,não se pode falar de inclusão sem abordar a vulnerabilidade de mais de 22% da nossa população e de 21% das crianças que vivem em situação de pobreza ou seja com menos de 2,15 dólares por dia. Precisamos de políticas públicas que protejam a família, promovam a igualdade e acima de tudo, garantam um ambiente seguro e saudável para as crianças e adolescentes desenvolverem sem sobressaltos.
E ainda que não se pode falar de inclusão sem proteger os mais de 9 mil idosos pobres e as 47.021 pessoas com deficiência que são as camadas sociais que merecem uma atenção constante das políticas públicas a fim de reduzir as suas vulnerabilidades.
Para Eveline Ramos, a inclusão social, em Cabo Verde, tem um longo caminho a percorrer. A pobreza, o desemprego, a exclusão e as desigualdades sociais são realidades que afetam milhares de cabo-verdianos, especialmente nas zonas rurais e nas periferias das cidades, o acesso à educação, à saúde, ao emprego, à habitação, à água e a segurança alimentar continua a ser desigual.
Disse ainda que o caminho para a redução da pobreza, inclusão social e desenvolvimento social pode ser muitos, mas pensamos que desta forma podem tirar as pessoas das amarras da pobreza e dar dignidade às famílias.
“Estamos convictos de que só um governo verdadeiramente comprometido com a justiça social, a inclusão e o bem-estar de todos poderá superar os desafios sociais que o país enfrenta e alcançar um futuro mais justo, mais próspero e mais igualitário para os cabo-verdianos”, concluiu.
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