O promotor do Kriol Jazz Festival, Djo da Silva, apresentou hoje, na Praia, o programa da edição de 2025, destacando a qualidade musical do evento, apesar da “falta de apoio financeiro” da Câmara Municipal da Praia até então.

Em conferência de imprensa sobre o evento, que decorrerá nos dias 10, 11 e 12 de Abril, Djô da Silva avançou que a programação foi elaborada com “muito esforço”, mas garantiu um cartaz de “elevado nível” com artistas pouco conhecidos em Cabo Verde, mas de grande prestígio internacional. 

O evento inicia-se a 10 de Abril com uma criação da organização “Kriol Kréyol”, que reúne as vozes de Boy Gê Mendes e Zuleika, e a atuação do grupo Cabo Cuba Jazz, que funde jazz latino com sonoridades cabo-verdianas, sob a direção do pianista Carlos Matos.

No dia 11 de Abril, o palco recebe Mário Lúcio, que apresentará um novo projecto em celebração dos 50 anos da Independência de Cabo Verde. 

O programa inclui ainda Mário Canonge, da Martinica, a artista gambiana Sona Jobarteh, e Syxun, da França.

O encerramento do festival, a 12 de Abril, contará com a cabo-verdiana Nancy Vieira, que apresentará o seu novo álbum, "Gente". 

O programa inclui ainda Michelle David & The True Tones (EUA), Las Karamba (Espanha) e a lenda da música angolana Bonga, que encerrará o evento.

O Kriol Jazz Festival deste ano prestará homenagem ao saxofonista santiaguense Totinho, falecido no ano passado. 

Além disso, a edição destaca “uma forte presença feminina”, com várias artistas de renome.

Apesar de a Câmara Municipal da Praia ser tradicionalmente um dos principais parceiros do festival, Djo da Silva lamentou que a autarquia ainda não tenha decidido se irá honrar o contrato de parceria. 

“Mesmo sem essa definição, seguimos em frente, fazendo cortes e economias para garantir um festival de qualidade, graças também ao apoio dos nossos parceiros”, afirmou.

“Estamos há dois meses em avaliação, conforme disseram, e continuamos a aguardar uma decisão. O festival é para a cidade da Praia e seria triste realizá-lo sem o envolvimento da câmara”, sublinhou.

Ele também reagiu à declaração do presidente da Câmara Municipal da Praia, que afirmou num post “love o Kriol Jazz Festival” de uma forma que Djô da Silva classificou de “sarcástica”. 

“Não achamos bonito, especialmente depois de 14 anos de festival e de tudo o que temos feito pela cidade da Praia”, comentou.

Djô da Silva rejeitou ainda tentativas de politização do evento, frisando que o Kriol Jazz Festival sempre manteve independência política. 

“Kriol Jazz é pai da AME, que foi criada com José Maria Neves no poder e Mário Lúcio como ministro da Cultura, portanto nós trabalhamos com qualquer Governo e qualquer político. Não nos envolvemos em política e não o faremos agora”, garantiu.

O promotor desmentiu ainda acusações de que o evento seria dirigido a uma elite, vincando que Kriol Jazz Festival tem público diversificado, sendo para todos os que amam música, independentemente da classe social.

O evento tem um orçamento estimado em cerca de 20 mil contos, dependendo das parcerias conseguidas. 

Os bilhetes custam 2.500 escudos por dia, com um preço reduzido para estudantes, fixado em 2.000 escudos diários.

Cartaz 2025

A Semana com Inforpress