A embarcação turística Rabo Junco, de 15 metros de comprimento e certificada pelo Instituto Marítimo Portuário (IMP), encalhou por volta das 19:00 de quarta-feira na praia de Marmulano, nas imediações do porto de Vale dos Cavaleiros, ilha do Fogo.

O incidente ocorreu devido ao estado agitado do mar, com grandes ondas e vagas, que provocaram o desprendimento da manilha do barco, que estava fundeado na baía do porto, segundo informações recolhidas pela Inforpress.

O proprietário da embarcação, Rosando Monteiro, não quis prestar declarações à imprensa e estava empenhado em retirar a embarcação do sítio, mas pessoas que presenciaram o incidente avançaram que a embarcação com capacidade para 15 passageiros e cinco tripulantes foi arrastada até a costa e bateu contra pedras, causando “danos significativos” no casco traseiro, hélice, leme e veio.

Apesar dos danos visíveis na parte externa, o proprietário teme que haja danos internos, uma vez que o interior da embarcação ainda não foi completamente inspecionado.

Habitualmente, no período compreendido entre Dezembro e Fevereiro o mar do porto de Vale dos Cavaleiros fica agitado e com grandes ondulações o que obriga os pescadores a deslocarem as suas embarcações para outros portos de desembarque de pescados ou colocados em terra.

O proprietário do Rabo Junco também costumava colocar a embarcação em cima do cais, mas a inexistência neste momento de máquinas com capacidade de a retirar e colocá-la no mar não permitiu esta operação.

A Rabo Junco pesa 22 toneladas e foi adquirida pelo actual proprietário há mais de cinco anos, mas a embarcação está na ilha do Fogo há mais de 20 anos.

Na altura do encalhe as pessoas tentaram fazer a sua remoção imediata, mas a grua disponível no porto de Vale dos Cavaleiros, com capacidade de 70 toneladas, não conseguiu retirar o barco da praia.

Henrique Alves, pescador e técnico especializado em fibrar embarcações de pesca, disse que o porto está desprovido de meios para prestar socorros no caso semelhante e acrescentou que antes havia uma grua com capacidade para 120 toneladas, cinco vezes superior à embarcação, que era utilizada para colocar embarcação em terra e no mar.

Segundo o mesmo, a grua foi enviada para São Vicente, e para Vale dos Cavaleiros veio uma grua com indicação para 70 toneladas, mas que não conseguiu socorrer uma embarcação de 22 toneladas.

Este pediu às autoridades para doptar o porto de meios de socorro para situações similares e não só.

Numa primeira avaliação dos estragos exteriores, Henrique Alves estimou que podem superar os dois mil contos.

Por volta das 11:00 de hoje, o proprietário e pessoas ligadas ao mar e à embarcação estavam a mobilizar meios para a remover, com recurso a uma retroescavadora de uma empresa de construção civil, para colocá-la em um local seco e seguro para posterior avaliação das opções de reparo.

O Rabo Junco, além de fim turístico, apoiou, no passado, a Associação Projecto Vitó nas suas deslocações aos ilhéus do Rombo, participou na acção de busca e salvamento e inclusive foi utilizado por diversas vezes para transporte de doentes da ilha Brava para o Fogo.

A Semana com Inforpress