sexta-feira, 15 novembro 2024

Vitória de Donald Trump não tira peso à visita de Joe Biden a Angola - analista

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O analista de relações internacionais angolano Osvaldo Mboco considerou que a visita a Angola do Presidente norte-americano, Joe Biden, prevista para dezembro, continua a ter peso, defendendo que dificilmente serão descontinuados os acordos firmados.

Osvaldo Mboco disse acreditar que o vencedor das eleições norte-americanas e próximo chefe de Estado dos EUA, Donald Trump, “não irá descontinuar aquilo que têm sido as relações entre Angola e os EUA sobre determinadas matérias”, estando consciente que poderá alterar unicamente a forma de abordagem.

“Claramente que não vai ter a mesma euforia que (...) Joe Biden levou, dizendo que Angola era o país mais importante agora para América em África, mas penso que ainda assim vamos observar que vários interesses estarão aí em cima da mesa”, disse Osvaldo Mboco à Lusa.

O especialista em relações internacionais destacou que a circunstância e o contexto em que Trump regressa ao poder não são as mesmas do que quando assumiu o cargo em 2017.

O académico argumentou que hoje as circunstâncias obrigam os norte-americanos a equacionarem melhor os seus interesses no continente africano.

“Por uma razão muito simples. O ocidente sofreu uma crispação política ao nível da região do Sahel, com os golpes de Estado e mudanças inconstitucionais, e temos estado a assistir a um aproximar cada vez mais da África do Sul aos BRIC [sigla que se refere ao Brasil, Rússia, Índia e China, países emergentes do mundo e do sul global]”, sustentou.

Segundo Osvaldo Mboco, esta mudança de paradigma “implica que os americanos devem identificar novos 'players', novos atores, a nível do continente africano para contrabalançar a presença chinesa e a russa no continente”.

“Penso que pela expressão de Angola em África, a sua posição geográfica estratégica, pela sua estabilidade política, (…) é um desses países elegíveis dentro desta estratégia americana”, frisou, realçando a presença do consórcio europeu e americano no Corredor do Lobito, para “contrabalançar ou complicar aquilo que era o projeto inicial dos chineses quanto à [nova] Rota da Seda [mega-projeto de infraestruturas global para ligar a China a outros países]”.

Também a saída dos norte-americanos do Níger, onde exploravam mineiros estratégicos para a sua indústria, levou à identificação de novos fornecedores, “e um deles é sem sombra de dúvidas a República Democrática do Congo”, acrescentou.

“E o corredor que temos mais próximo e mais barato para os EUA é a partir do Corredor do Lobito, que vai dar ao Atlântico. Observando todos estes elementos, estou em crer que o Presidente Trump não irá descontinuar" o que têm sido "as relações entre Angola e os EUA sobre determinadas matérias”, vincou.

O também docente universitário enfatizou que Joe Biden é Presidente dos EUA até janeiro, por isso a sua visita “não deixa de ter peso”.

“Claramente que, do ponto de vista de garantias, do ponto de vista de assumir determinados compromissos, há aqui também uma certa cautela - que o próximo pode, até certo ponto, descontinuar -, mas penso que os acordos que vão ser firmados são do interesse americano, (...) e dificilmente vamos assistir à descontinuidade, ainda há este peso e há esta relevância”, observou.

A Semana com Lusa

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
2 days 17 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
4 days 16 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
12 days 15 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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