domingo, 22 dezembro 2024

EUA admitem "profunda preocupação" com ações de Israel em Gaza

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Os Estados Unidos da América (EUA) admitiram esta quinta-feira "profunda preocupação" com várias ações de Telavive na Faixa de Gaza, evidenciando uma mudança na retórica norte-americana de defesa incondicional de Israel face ao conflito no Médio Oriente.

Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) convocada pela Argélia e pela Eslovénia, com o apoio da França, para abordar a situação humanitária em Gaza, a embaixadora norte-americana questionou a forma como Israel tem conduzido a sua guerra contra o Hamas no enclave palestiniano, especialmente em relação à crise humanitária, e apelou a Telavive que adotes "medidas urgentes" para mudar essa trajetória.

 

"Os EUA estão preocupados com a situação no norte de Gaza, incluindo o anúncio de Israel de uma nova ordem de evacuação para várias comunidades. Estamos particularmente preocupados que os civis palestinianos não tenham para onde ir", observou Linda Thomas-Greenfield.

"Já há relatos devastadores das condições miseráveis na zona humanitária no sul e centro de Gaza, para onde mais de 1,5 milhões de civis deslocados fugiram. Essas condições catastróficas foram previstas meses atrás e, no entanto, ainda não foram abordadas. Isso deve mudar, e agora. Apelamos a Israel para tomar medidas urgentes para fazê-lo", instou a diplomata.

A representante dos EUA - o maior aliado internacional de Israel - reiterou ainda a expectativa de Washington de que os civis palestinianos, incluindo aqueles evacuados do norte, tenham permissão para "regressar às suas comunidades e reconstruir".

A embaixadora aproveitou para defender que "não deve haver nenhuma mudança demográfica ou territorial na Faixa de Gaza", incluindo ações que reduzam o território do enclave.

"Colegas, também estamos preocupados com as ações recentes do Governo israelita para limitar a entrega de mercadorias em Gaza. Quando combinadas com novos limites burocráticos impostos a bens humanitários que chegam da Jordânia e ao encerramento da maioria das passagens de fronteira, essas restrições apenas intensificaram o sofrimento em Gaza. Precisamos de menos barreiras à entrega de ajuda, não mais", criticou.

Além disso, "estamos a acompanhar com profunda preocupação a proposta legislativa israelita que pode alterar o estatuto legal da à Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA)", afirmou Linda Thomas-Greenfield, num momento em que a UNRWA está prestes a ser declarada ilegal pelo parlamento israelita, após ter sido superado o primeiro procedimento parlamentar.

De acordo com a embaixadora, esta proposta legislativa dificulta a capacidade da UNRWA - considerada pela ONU "a espinha dorsal da resposta humanitária em Gaza" - de se comunicar com autoridades israelitas e removerá privilégios concedidos a organizações e pessoal da ONU em todo o mundo.

Ao assinalar um ano do ataque do Hamas a Israel, Thomas-Greenfield observou que, desde então, dezenas de milhares de civis foram mortos "num conflito que eles não começaram e que não podem travar", frisando que "já passou da hora de um acordo de cessar-fogo e de libertação dos reféns".

Apesar de serem cada vez mais frequentes as criticas dos Estados Unidos à forma como Israel conduz esta guerra no Médio Oriente, a Rússia recordou hoje que Washington já vetou por "cinco vezes a possibilidade do Conselho de Segurança tomar qualquer decisão substantiva a favor do fim do conflito na Faixa de Gaza".

"Cerca de 42 mil mortos, a maioria mulheres e crianças. O número de feridos e desaparecidos a aproximar-se dos 100 mil. Dois milhões de pessoas deslocadas internamente. Isto é o resultado da teimosia da liderança israelita e do patrocínio dos aliados americanos de Israel, que não permitem ao Conselho de Segurança pôr fim a este círculo vicioso de violência", afirmou o embaixador russo junto à ONU, Vasily Nebenzya.

"Como resultado, o diálogo sobre uma trégua em Gaza encontra-se num impasse profundo, ninguém mais fala sobre a libertação dos restantes reféns (...) e a própria região enfrenta uma escalada no Líbano, além da perspetiva de uma guerra direta entre Israel e o Irão. Mas os nossos colegas americanos falam como se nada tivesse acontecido", acrescentou.

A reunião de hoje ficou também marcada pela intervenção do embaixador palestiniano, Riyad Mansour, que acusou os membros do Conselho de Segurança de não usarem as ferramentas que têm à sua disposição para fazer com que Israel implemente a resolução que ditou um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

"Vocês repetem-se, vocês dizem que deve haver um cessar-fogo, mas eles não vos ouvem, estão a ignorar-vos", disse, apontando para a delegação israelita, também presente na reunião.

"Porque é que vocês estão a gastar o vosso tempo nestas discussões? (...) Vocês falam, eles mexem no telemóvel e apenas vos ignoram. Vocês não estão a usar as ferramentas que têm disponíveis para fazê-los ouvir. Quem vos impede de impor e forçar a resolução para um cessar-fogo?", questionou Mansour, visivelmente indignado.

A Semana com Lusa

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Xalala
16 days 23 hours

Vai investigar nada Bundão!

Valdo de Pina
18 days 21 hours

O UCS só ouve a própria voz, numa sinfonia desafinada que ecoa a era de Carlos Veiga no poder. Duas relíquias teimosas,

Teste
28 days 12 hours

Isto é somente um teste. Porque não vejo os comentários das pessoas debaixo da notícia como antes?

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