segunda-feira, 23 dezembro 2024

Cabo Verde junta chefes de Estado para celebrar 50 anos da libertação do Tarrafal  

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Cabo Verde acolhe na quarta-feira, 01 de maio, a celebração dos 50 anos de libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.

 

O antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos em 29 de outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956, encarcerando antifascistas portugueses.Reabriu em 1962, com o nome de "Campo de Trabalho de Chão Bom", destinado a aprisionar e “reeducar” os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Ao todo, foram presas no "campo da morte lenta" mais de 500 pessoas: 340 antifascistas e 230 anticolonialistas.

 

A libertação de quem se opunha ao regime aconteceu poucos dias depois de o regime fascista ter sido derrubado com a revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal.

Para celebrar os 50 anos, a presidência cabo-verdiana convidou e anunciou a presença dos chefes de Estado dos quatro países de origem dos presos políticos, que incluem Angola, Guiné-Bissau e Portugal.

O programa pretende estar à altura de “um marco na história de Cabo Verde” e “um capítulo essencial com repercussão nos movimentos de libertação nacional nas antigas colónias portuguesas em África”, anunciou.

Comemorar no espaço que hoje alberga o museu é um ato de preservação da memória e um contributo para a educação das gerações mais recentes sobre os horrores do passado colonial”, justificou a presidência.

A manhã inclui o descerramento de uma placa do cinquentenário, intervenções dos chefes de Estado e uma conferência sobre o campo.

Luís Fonseca, antigo embaixador cabo-verdiano, secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) entre 2004 e 2008, usará da palavra como porta-voz dos presos políticos na cerimónia dos 50 anos da libertação do Tarrafal na próxima quarta-feira.

Depois de agredido pela PIDE, polícia política do regime, Luis Fonseca integrou o primeiro grupo de presos políticos cabo-verdianos a chegar ao Tarrafal (1970-1973).

O Tarrafal é de facto um símbolo do fascismo português”, da “negação de direitos”, referiu, numa entrevista à Lusa, a propósito dos 50 anos da libertação.

Há um dever de memória para com os combatentes que deram a vida pela liberdade”, fazendo com que o sítio “não deva ser esquecido pelas gerações, porque representa a luta dos povos de quatro países”.

Depois dos momentos mais institucionais, na tarde de quarta-feira haverá um espetáculo com artistas dos quatro países: Mário Lúcio (Cabo Verde), Teresa Salgueiro (Portugal), Paulo Flores (Angola) e Karina Gomes (Guiné Bissau).

À celebração do dia 01 de maio, juntam-se outras iniciativas anunciadas em março pelo Ministério da Cultura cabo-verdiano e Cooperação Portuguesa, que culminam com um simpósio internacional marcado para 09 de maio.

O antigo Campo de Concentração do Tarrafal foi construído no ano de 1936 e recebeu os primeiros 152 presos políticos em 29 de outubro do mesmo ano, tendo funcionado até 1956, encarcerando antifascistas portugueses.

Reabriu em 1962, com o nome de "Campo de Trabalho de Chão Bom", destinado a aprisionar e “reeducar” os anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. 

Ao todo, foram presas no "campo da morte lenta" mais de 500 pessoas: 340 antifascistas e 230 anticolonialistas.

Numa lápide evocativa erguida no interior do campo, estão inscritos os nomes de 36 pessoas que ali morreram: 32 portugueses, dois guineenses e dois angolanos.

Após a sua desativação, o complexo funcionou como centro de instrução militar, desde 2000 alberga o Museu da Resistência, em 2004 foi classificado Património Cultural Nacional e integra a lista indicativa de Cabo Verde a património da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A entrada do campo situa-se junto à avenida e ciclovia de entrada em Tarrafal de Santiago, um município com 17 mil habitantes na maior ilha de Cabo Verde, que, na atualidade, é também sinónimo de uma das mais belas praias da ilha de Santiago, concentrando algumas unidades hoteleiras.

Tarrafal fica na ponta noroeste, oposta à capital, Praia, a cerca de 70 quilómetros, duas horas de viagem pelas estradas que percorrem a ilha, pelo interior ou pela costa leste.

A Semana com Lusa

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Xalala
17 days 23 hours

Vai investigar nada Bundão!

Valdo de Pina
19 days 21 hours

O UCS só ouve a própria voz, numa sinfonia desafinada que ecoa a era de Carlos Veiga no poder. Duas relíquias teimosas,

Teste
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Isto é somente um teste. Porque não vejo os comentários das pessoas debaixo da notícia como antes?

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