O antigo Presidente da República, Pedro Pires, completou hoje 90 anos de vida, sendo que alguns anos foram passados na luta pela libertação e na governação de Cabo Verde, mas com vantagem de ter participado e testemunhado “grandes mudanças”.
“Eu não conhecia telefone no interior do Fogo, mas sou a mesma pessoa que hoje utiliza telemóvel e fala para o Japão, sentado na cidade da Praia. Mas também em matéria de medicina o que é que se inventou dos anos 40 até hoje”, relatou com grande satisfação por ter assistido grandes transformações no mundo.
“Noventa anos dá-nos vantagem de poder ter vivido grandes mudanças e podermos ter participado em grandes mudanças”, disse à Inforpress quando convidado a falar das diferentes fases da sua vida.
Afirmou ter vivido a grande mudança da luta colonial e a grande mudança da construção do outro Cabo Verde, mas que também viveu o tempo suficiente para saber que em 1939/40 não havia televisão.
Compara ainda esta situação de não haver televisão com o grande avanço tecnológico que hoje se vive e com a possibilidade de poder ter um telemóvel para comunicar.
“Eu não conhecia telefone no interior do Fogo, mas sou a mesma pessoa que hoje utiliza telemóvel e fala para o Japão, sentado na cidade da Praia. Mas também em matéria de medicina o que é que se inventou dos anos 40 até hoje”, relatou com grande satisfação por ter assistido grandes transformações no mundo.
O antigo Presidente da República lembra ainda que quando jovem o que tinha na sua carteira era um tinteiro e uma caneta de pau para escrever, para depois dizer que o mundo mudou completamente e colocando à sociedade muitos desafios através da inteligência artificial.
Segundo a mesma fonte, aponta a possibilidade de se inventar o homem como um desafio do futuro em que desacorda, pois disse, o “homem é o homem e a vida deve ser sagrada” e revela a sua dúvida sobre como vai ficar o mundo com esta invenção.
“Para mim fica essa dúvida de como vai ser o futuro e como vão viver os meus netos? O conhecimento, invenções é bom, mas é importante saber como utilizá-lo e para quê deve servir. Para esmagar os outros ou para fazer um mundo mais justo?”, deixa a interrogação que o preocupa ao chegar aos 90 anos.
E para concluir ressaltou que a sua grande ousadia na vida foi ter de assumir a liderança de Cabo Verde, um país falido que foi reformando até chegar aos dias de hoje.
Gaba-se por estes grandes feitos e por também ter contribuído para a abertura democrática em 1991, em Cabo Verde.
Pedro Verona Rodrigues Pires nasceu em São Filipe, Fogo, a 29 de Abril de 1934, estudou na Universidade de Lisboa de onde saiu para participar na luta armada na Guiné-Bissau e, depois do 25 de Abril, foi o representante de Cabo Verde nas negociações com Portugal.
A 05 de Julho de 1975 foi designado primeiro-ministro do primeiro Governo da República de Cabo Verde, tendo-se mantido no cargo de primeiro-ministro até 1991, e foi Presidente da República de 22 de Março de 2001 até 09 de Setembro de 2011, lembra a Inforpress.
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