A concertação deixou de fora a UCID, segunda lista mais votada na assembleia, que decidiu direccionar os seus seis votos contra a proposta, entretanto, número insuficiente para vetar a decisão, porque esta seria aprovada com 15 votos a favor, nove do MpD e seis do PAICV.
O acto, realizado na Academia Jotamont, em São Vicente, começou com o juramento dos 21 eleitos dos três partidos, sendo que mesmo antes do empossamento Amarílio Moreira Rocha, da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), que não compareceu, enviou mensagem à presidente da assembleia cessante a renunciar ao lugar, alegadamente por motivos profissionais.
Este seria substituído pelo seguinte na lista, que no caso foi Jorge Cruz Fortes.
O momento seguinte seria a constituição de uma Mesa provisória, com o primeiro nome da lista mais votada e ainda os dois elementos mais novos da assembleia, respectivamente, Helena Fortes, Cleidy da Cruz e Roni Wahnon, todos do Movimento para a Democracia (MpD).
Após isso, a sessão foi dominada por vários pedidos de interrupção, de cinco e dez minutos, para se encontrar uma concertação para a constituição da Mesa definitiva, que, depois das interrupções, apresentou-se como proposta Helena Fortes, do MpD, como presidente, Adilson Jesus, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), como vice-presidente, e Odair da Cruz, também do PAICV, como secretário.
A concertação deixou de fora a UCID, segunda lista mais votada na assembleia, que decidiu direccionar os seus seis votos contra a proposta, entretanto, número insuficiente para vetar a decisão, porque esta seria aprovada com 15 votos a favor, nove do MpD e seis do PAICV.
Uma resolução, para a qual o vice-presidente da UCID e vereador da câmara municipal, António Monteiro, disse ter alertado no dia das eleições a 01 de Dezembro último e que classificou como um “acordo a despropósito”.
“Ter o PAICV e o MpD numa mesma linha para entendimento para uma situação dessas é de facto `sui generis´”, considerou e assegurou que o seu partido foi chamado para negociações, mas entendeu que “não é assim um poder partilhado, tal como o povo decidiu”.
A seu ver, continuou, partilhar seria ceder poder político, tal como aconteceu nos últimos quatro anos em que o seu partido presidiu à assembleia.
Monteiro garantiu que estava tudo combinado com o PAICV, que, na última da hora, mudou de ideias.
Por seu lado, o recém-nomeado vice-presidente da Assembleia Municipal de São Vicente, Adilson Jesus, assegurou que o seu partido, PAICV, teve uma “postura responsável e focada em São Vicente”.
Explicou que o povo votou maioritariamente no MpD e havia necessidade de se encontrar soluções para a assembleia e que agora, sublinhou, devem servir de inspiração para a própria câmara municipal a fim de “retirar São Vicente do marasmo”.
Questionado se não foi uma aliança estranha, Adilson Jesus disse que estranho seria "não servir São Vicente e não respeitar a vontade das pessoas".
Do lado do MpD, a nova presidente da assembleia municipal, Helena Fortes, asseverou que o PAICV, tal como o MpD, respeitou a decisão do povo.
“O PAICV foi um partido que entendeu e está pronto para trabalhar por um São Vicente melhor, lutando por uma democracia”, justificou.
A nova Mesa empossou de seguida os eleitos da câmara municipal, com Augusto Neves como presidente, e que vai ser coadjuvado pelos seguintes vereadores: António Duarte (PAICV), António Monteiro (UCID), Carla Monteiro (MpD), Rodrigo Martins (MpD), Luana Jardim (PAICV), Dora Pires (UCID), José Carlos da Luz (MpD) e Nelson Faria (PAICV).
A Semana com Inforpress
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments