O Grupo de Apoio Orçamental (GAO) deu esta sexta-feira nota positiva a Cabo Verde, mas diz preocupado com os riscos fiscais das empresas públicas e o avanço da epidemia de dengue, anunciou no final de uma missão de avaliação ao país.
“Embora favoráveis a curto prazo, as perspetivas estão sujeitas a riscos, principalmente relacionados com o desempenho das empresas públicas, as incertezas globais e as alterações climáticas”, nota o GAO, que reiterou hoje “a necessidade de acelerar a diversificação da economia para aumentar a sua resiliência a choques externos”.
“Os parceiros acompanham com apreensão o evoluir da epidemia de dengue” com “limitações estruturais” no setor da saúde, lê-se no documento que recomenda melhor “planeamento, orçamentação e implementação” de medidas.
Um ano após o primeiro caso, Cabo Verde soma 13.700 casos acumulados de dengue e quatro óbitos.
Ao nível do setor empresarial do Estado, “os riscos fiscais associados às empresas públicas continuam a constituir uma preocupação devido às capitalizações e à concessão de garantias”, indica o grupo de parceiros.
“No que respeita à auditoria externa do Tribunal de Contas, o GAO renova preocupação com a demora das instâncias competentes na tramitação dos processos” a par de um “elevado número de instituições públicas que não apresentam atempadamente a prestação de contas”.
No comunicado final, os parceiros assinalaram o crescimento da economia, centrado no turismo, prevendo que “o crescimento se mantenha estável a médio prazo, apoiado pelo consumo privado, o investimento no setor do turismo e na economia azul, e a implementação de reformas setoriais no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS II 2022-2026)”.
“Embora favoráveis a curto prazo, as perspetivas estão sujeitas a riscos, principalmente relacionados com o desempenho das empresas públicas, as incertezas globais e as alterações climáticas”, nota o GAO, que reiterou hoje “a necessidade de acelerar a diversificação da economia para aumentar a sua resiliência a choques externos”.
Olavo Correia, vice-primeiro-ministro com a tutela da Economia e Finanças, referiu, em conferência de imprensa, após divulgação do relatório, que os desafios são conhecidos do Governo.
“São desafios que já estão assumidos pelo Governo, se não houvesse nada para fazer, não era preciso Governo (…). São desafios que estamos a enfrentar todos os dias e vamos procurar melhorar para que Cabo Verde, depois, possa criar aquele ‘corredor’ que lhe permita duplicar o seu potencial de crescimento económico”.
O GAO apoia, por via de donativos e empréstimos, entre 45 e 55 milhões de euros anuais, os esforços de desenvolvimento de Cabo Verde através de financiamento ao Orçamento de Estado e assistência técnica.
O grupo é composto por Espanha, Luxemburgo, Portugal, União Europeia, Banco Africano de Desenvolvimento e Banco Mundial.
O banco central cabo-verdiano previu na sexta-feira que o arquipélago cresça 6,1% este ano, 5,6% em 2025 e 5,3% em 2026 e apontou para uma descida da inflação para 1,1% este ano e 0,8% em 2025 e em 2026.
A Semana com Lusa
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