O presidente Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Serviços (Siacsa) disse esta segunda-feira que a situação sociopolítica laboral no país “não vai bem” por “intenção deliberada” de alguns actores sociais.
A denúncia de Gilberto Lima foi feita na cidade da Praia, em conferência de imprensa, e o sindicalista apontou dificuldades sentidas por funcionários das câmaras municipais, enfermeiros e agentes prisionais.
“A situação sociopolítica laboral no país não vai bem. Não está bem porque a intenção deliberada de alguns actores sociais em provocar ali e acolá um pouco por todo o país conflitos laborais e até criar caos em alguns sectores de actividade”, reforçou o presidente do Siacsa.
Para o sindicalista esta situação sociopolítica laboral vai continuar a não estar bem enquanto os trabalhadores, os políticos e a sociedade civil no geral não ganharem a consciência de saber destrinçar e de perceber onde está o epicentro de toda demanda laboral, que se está a presenciar neste momento.
“O epicentro das demandas laborais actual tem que ver com as câmaras municipais, no equipamento e observância do PCFR, bem como os contratos precários existentes e ainda os Ministérios da Justiça e da Saúde no tratamento dos agentes recém-formados e concursos públicos dos enfermeiros”, indicou.
Gilberto Lima questionou a “tão longa demora” para cumprir o Plano, Cargo, Funções e Remunerações (PCFR) e de três promoções vencidas em atraso nas câmaras municipais, e a colocação de funcionários nas prateleiras por parte das mesmas.
O sindicato também apontou que estão sendo realizados “descontos ilegais” sobre promoções vencidas e não observadas em diferentes câmaras municipais, como as da Boa Vista, da Praia, do Tarrafal, de Santa Catarina e do Fogo.
O presidente do Siacsa contestou ainda a situação laboral na Câmara Municipal da Boa Vista, cujas dívidas dos funcionários relaccionados com a actualização salarial vem de 2019 a 2020 e de 2023 a 2024, bem como a não observância do PCFR no seu incremento de dois mil escudos.
Aquele responsável referiu, também, sobre o não cumprimento do acordo celebrado entre os agentes recém-formados no tocante ao pagamento das diferenças salariais estimadas em 250 contos e a cada um dos 99 trabalhadores recém-formados pelo Ministério da Justiça.
“Como é ainda possível entender o concurso dos enfermeiros contratados no âmbito da Covid-19, como duvidar das experiências profissionais há mais de quatro, cinco e mais anos de trabalho prestado”, questionou Gilberto Lima.
Segundo o sindicalista essas questões ultrapassam todos os limites do desejável, pelo que brevemente os trabalhadores vão tomar as medidas que entenderem ser viáveis para o efeito.
Criticou ainda os outros sindicatos por “não estarem a garantir” os direitos dos trabalhadores e pelo “silêncio total” diante dessas situações de precariedade laboral.
“Os sindicatos não estão a ter forças suficientes e fazer valer os direitos dos trabalhadores. É porque os sindicatos estão numa outra situação. Os sindicatos estão a fazer outra coisa que não seja essa questão fundamental dos direitos dos trabalhadores”, finalizou Gilberto Lima.
A Semana com Inforpress
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