quarta-feira, 02 julho 2025

A ATUALIDADE

Maio: Cooperativa de produção de sal deseja expandir negócio

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A Cooperativa de Produção do Sal Melhorado, da ilha do Maio, deseja expandir a sua produção e alcançar o mercado nacional, numa altura em que as salinas do Porto Inglês registam uma grande quantidade de sal.

A ambição é de Célia Rosa, sócia responsável pela unidade de produção, que em entrevista à Inforpress, admitiu que a cooperativa tem a capacidade de abastecer o arquipélago quando há disponibilidade de matéria-prima.

No entanto, os custos associados, especialmente os de transporte, têm dificultado a distribuição do sal melhorado.

“A nossa grande dificuldade é encontrar transporte para levar nossos produtos às outras ilhas. Podemos até enviar às vezes no navio Praia d’Aguada, mas o preço cobrado não compensa”, lamentou.

Actualmente, segundo a entrevistada da Inforpress, o sal produzido pela cooperativa chega, essencialmente, às ilhas de Santiago e do Fogo, atendendo também alguns pedidos em Santo Antão e São Vicente. Contudo, o desejo é expandir o mercado para todo o arquipélago, apesar da concorrência da ilha do Sal.

Nesta temporada de extração, Célia Rosa afirma que há uma grande quantidade de sal como “há muito não se via”, considerando que, no ano passado, a produção ficou abaixo da média devido ao assoreamento da salina, que tem impedido a entrada da água do mar em quantidade suficiente.

“Este ano, a extração arrancou mais cedo, em Abril, para evitar que o sal seque muito e garantir uma maior qualidade do produto. Felizmente, há uma grande quantidade de sal e com muita qualidade”, manifestou a representante.

Apesar da grande quantidade registada este ano, Célia Rosa lamenta a diminuição no número de mulheres envolvidas na extração e na dificuldade de mão-de-obra para esse trabalho, assumindo que boa parte do sal pode não ser extraído até o fim da temporada.

A cooperativa, formalizada em 2003, tem capacidade de moer até 250 sacos de sal de 25 quilos por dia, dependendo da disponibilidade de matéria-prima.

As salinas do Porto Inglês são uma importante fonte de renda para várias pessoas, essencialmente mulheres que, por tradição, realizam a extração, ainda de forma rudimentar. É o caso de Irondina Soares, de 71 anos, uma das mais antigas em actividade e que trabalha na extração de sal desde os 15 anos.

Foi assim que sustentou a família e, hoje, por gosto, não pensa em parar.

“Enquanto tiver força, vou continuar a fazer a extração porque gosto do clima daqui e consigo algum rendimento. Nesta temporada já fiz cinco montes de sal, vendi dois e há mais três por vender”, contou à Inforpress.

O sal extraído é vendido para a cooperativa, que faz o tratamento através da moagem e da iodização, deixando-o pronto para comercialização em sacos de 1, 10 e 25 quilos, com garantia de qualidade.

No entanto, Célia Rosa admite que as salinas precisam de limpeza e melhor vedação, para garantir a qualidade do sal, impedir a entrada de pessoas e de veículos e de preservar a reserva natural.

Para aumentar o fabrico e realizar o desejo de expandir o negócio para outras ilhas, a entrevistada da Inforpress reconhece que é preciso ainda profissionalizar tanto a extração quanto o tratamento do sal, mas, acima de tudo, desassorear as salinas para permitir a entrada de mais água do mar, aumentando a quantidade de sal e a disponibilidade de matéria-prima.

As salinas do Porto Inglês são uma das zonas húmidas mais importantes de Cabo Verde em termos de protecção ambiental, integrando a Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) do país.

 

A Semana com Inforpress

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