Os moradores da vila de Achada Lém, município de Santa Catarina (Santiago), reivindicam a transformação do posto de saúde local em centro de saúde, que conforme a Carta Sanitária de Cabo Verde reúne as condições populacionais para tal.
Esta reivindicação foi feita hoje à Inforpress pelo presidente da Associação Pro-Achada Lém, José Teixeira, para quem, se tal não acontecer, as pessoas vão continuar a não ter acesso à saúde, referindo-se sobretudo a nível das especialidades.
“Esta é uma questão que já levantamos há algum tempo pela necessidade da dimensão da população e para a demanda dos problemas de saúde que era conveniente que já tivesse um centro de saúde em Achada Lém”, disse o também psicólogo clínico.
Conforme a Carta Sanitária de Cabo Verde uma localidade com uma população acima dos 5.000 habitantes é para ter um centro de saúde, lembrou o líder associativo.
Em Santa Catarina existem quatro postos sanitários (Ribeira da Barca, Engenhos, Achada Lém e Chã de Tanque), mas, de acordo com a lei, os de Achada Lém e Chã de Tanque mais os das zonas circundantes Palha Carga e Rincão são as povoações que reúnem as condições populacionais para virem a ter um centro de saúde.
Os postos de saúde contam com um enfermeiro responsável, que coordena, igualmente, as unidades sanitárias de base, um ajudante de serviços gerais e um agente sanitário presta serviços na saúde infantil, do adolescente, da mulher, planeamento familiar, consulta de pré-natal, consulta de enfermagem, curativos, injecções e saúde comunitária.
Em caso de necessidade, os doentes são transferidos para o Hospital Regional de Santiago Norte Santa Rita Vieira, que dista cerca de seis quilómetros daquelas infra-estruturas de saúde.
Recebem uma vez por mês consulta médica direcionada para os pacientes com doenças crónicas.
A população reivindica, igualmente, infra-estruturas comunitárias, como posto policial, posto de combustível, máquina ATM, intervenções dentro das localidades e a criação de condições na placa desportiva local.
“Achada Lém pela relevância em termos de população, pela sua história e pessoas que tem em diferente posição precisava, de facto, de uma resposta por parte das autoridades com maior acutilância para dar oportunidade aos jovens”, defendeu.
Por outro lado, o presidente da Associação Pro-Achada Lém mostrou-se preocupado com o consumo abusivo de bebidas alcoólicas e outras drogas por parte dos jovens, cuja maioria está desempregada.
“O álcool tem sido um problema de saúde pública relevante, não só em Achada Lém, mas a nível do país. Em Achada Além a situação é preocupante porque há um grande número de jovens que estão a consumir o álcool de forma bastante excessiva”, observou José Teixeira.
Segundo disse, tendo em conta que os jovens são futuros de manhã não querem perder-lhes nem para o álcool e nem para a emigração.
Se tal acontecer, não tem dúvidas que Achada Lém vai continuar sem se desenvolver nos próximos tempos.
Na ocasião, lembrou que como forma de dar combate ao uso do álcool e outras drogas, a associação que dirige e parceiros promoveram no passado domingo, 21, mais uma edição da feira de saúde naquela vila, cuja maioria da população vive da agricultura e pecuária.
No âmbito das festividades foram realizadas actividades desportivas e culturais, promovidas pela Câmara Municipal de Santa Catarina.
As festividades terão o ponto alto hoje com uma missa e procissão em honra a santa padroeira, que terá lugar no largo da capela em construção.
A Semana com Inforpress
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