O ministro das Finanças e da Economia Digital, Olavo Correia, considerou esta segunda-feira, 10, no Mindelo, que Cabo Verde “não pode continuar a ser uma monocultura do turismo”, e que têm de emergir novas áreas de economia.
O também vice-primeiro-ministro da República falava a propósito do lançamento do Relatório Cabo Verde Economic Update'24, documento em que o Banco Mundial analisa o estado actual da economia cabo-verdiana e apresenta opções de políticas para acelerar a consolidação fiscal, reduzir as vulnerabilidades da dívida e impulsionar o crescimento.
Segundo Olavo Correia, uma das áreas que deve emergir é a do Mar, aliás, considerou, Cabo Verde “não pode ser entendido como uma pequena economia terrestre” porque, caso contrário, “será uma pequena economia”.
“Mas se olharmos para uma economia marítima, Cabo Verde é uma grande economia e temos de olhar para o mar numa lógica holística, a quatro níveis, o que é que nós podemos explorar na água, debaixo da água, na zona costeira e o que é que nós podemos fazer também ao nível dos transportes, do transhipment e do bunkering”, exemplificou.
Para o ministro das Finanças, desta forma há condições para fazer do mar um sector “propulsor e acelerador” da dinâmica de crescimento económico em Cabo Verde.
“Não apenas ancorado na pesca semi-industrial, mas também na pesca industrial, olhando para os transportes, para os portos, para toda a área das pescas, da transformação, para a investigação, porque só podemos abordar o tema do mar se investirmos na qualificação dos recursos humanos, não só na área técnica, mas também na área da investigação”, concretizou.
A mesma fonte afirmou que o país tem de ter cientistas e biólogos para poderem dominar o conhecimento e perspectivar aquilo que serão as acções e as tendências em relação ao futuro.
Neste particular, anunciou que Cabo Verde está a trabalhar com a União Europeia no quadro do programa Global Gateway e já têm acordado cerca de 300 milhões de euros para o sector dos portos, mas também da transição energética, que vão ser investidos particularmente na zona norte, nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, na área dos portos e das pescas, por forma a criar uma capacidade em infraestruturas e negócio.
Mas, argumentou, para além disso, é fundamental criar um ecossistema de pequenas e maiores empresas para que a cadeia de valor possa ser um elemento fundamental nesta nova estratégia.
“Não vale a pena apenas trazer grandes investimentos e grandes investidores. É fundamental que possa emergir em São Vicente e em Cabo Verde, ao longo desse conceito da Zona Económica Especial Marítima, com o epicentro em São Vicente, uma cadeia de pequenas e maiores empresas, ao longo de toda essa cadeia de valor do mar, para que possamos gerar empregos qualificados e bem remunerados para os nossos jovens”, projectou.
A Semana com Inforpress
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