Com os investimentos feitos na altura da privatização as coisas aparentavam melhorar, mas os males aqui enumerados não deixavam a empresa sair do buraco negro, até a chegada, à direção e gestão da Empresa, do Dr. Alexandre Fontes, que deu algum sinal da possibilidade da Electra encontrar o rumo certo, não fosse o seu antecessor que havia tomado medidas à favor da empresa Cabeolica, na altura, que estavam a penalizar a empresa e continuam a penalizar, com o famoso” take or pay”.
Agora surgiu a opção Este/Oeste, em que todas as três empresas, terão Norte e Sul, na tentativa das perdas serem absorvidas pelo Norte, para poderem encontrar parceiros na compra de ações, que achamos uma grande injustiça, porque todos sabemos que o Sul tem capacidade de sustentabilidade, caso mudarem da mentalidade, que tornou cultural, de furto e roubo de energia, enraizada na Ilha de Santiago pelos que mais podem pagar, o estado e privados, população é café pequeno, mas se ajudarem, a Empresa poderá alavancar e dar um salto de gigante.
Na tentativa de uma justificação do porquê da corrida desenfreada de Governantes de Cabo Verde, desde os anos 90, na privatização da Empresa Electra, que teve o seu primeiro ensaio no ano 2000 e sem sucesso, precisamos, antes, entender, como esta Empresa nasceu para perceber a nossa preocupação quanto a esta justificação.
A produção da energia elétrica e água por intervenção publica deu os primeiros passos, em Cabo Verde, primeiro a eletricidade, nos anos 50 e depois a dessalinização, nos anos 70, nas Câmaras Municipais da era colonial, para, nos finais dos anos 70, após a independência, avançar na ideia da criação de Empresas Publicas do Estado de Cabo Verde, com vocação para exploração destes bens indispensáveis ao desenvolvimento humano, iniciando nas ilhas do Sal, com Eletricidade e Águas do Sal - EAS, S. Vicente, com Eletricidade e Água do Mindelo - EAM e Santiago, Cidade da Praia, com Eletricidade da Praia – EP.
Poucos anos depois, sem que as referidas Empresas atingissem a maturidade, desencadearam a ideia da formação de uma empresa única, da produção de energia e água em 1/3 das ilhas de Cabo Verde, com a junção das empresas das três Ilhas, então existentes.
Da mesma forma, poucos anos depois, quando a Empresa Electra já começava a dar sinais de alguma maturidade na gestão destes bens, adicionaram, à sua administração e gestão, as pequenas centrais das outras ilhas, ficando a empresa a funcionar no âmbito nacional.
Como tenho dito, tudo isso aconteceu, no espaço do tempo relativamente curto, em que não houve tempo e nem estudo prévio na formação da empresa para cobrir o território nacional, sem que os seus autores percebessem bem, dos prós e contra, tendo em conta a descontinuidade territorial, o número populacional e a cultura Ilha a Ilha.
O que parecia ter tudo para dar certo, em pouco tempo voltou para um Deus nos acuda, com a insustentabilidade da Empresa que se tornava um caos, sem poder financeiro para assegurar a demanda com investimentos, com falhas na tesouraria, por motivo de falta de pagamento dos serviços essenciais fornecidos aos seus clientes e roubo de energia.
Para, nos finais dos anos 90, surgir a primeira onda de privatização, em que a Electra não fugiu a regra, tendo sido privatizada em 2000 e, poucos anos depois, voltou a estaca zero, com o abandono do acionista maioritário, dadas as insustentabilidades enumeradas anteriormente e pela incompatibilidade dos custos da produção com os tarifários, que eram permitidos praticar pelo Estado de Cabo Verde, na altura.
Com os investimentos feitos na altura da privatização as coisas aparentavam melhorar, mas os males aqui enumerados não deixavam a empresa sair do buraco negro, até a chegada, à direção e gestão da Empresa, do Dr. Alexandre Fontes, que deu algum sinal da possibilidade da Electra encontrar o rumo certo, não fosse o seu antecessor que havia tomado medidas à favor da empresa Cabeolica, na altura, que estavam a penalizar a empresa e continuam a penalizar, com o famoso” take or pay”.
Penalizando a empresa que tem responsabilidade de manter e garantir a perenidade da produção e distribuição destes dois bens essenciais – energia elétrica e água, em benefício daquele que não tem nenhuma responsabilidade. Se houver vento, exige-se da Electra, penalizando-a, caso não absorver a produção eólica e quando não tem vento a Electra fica a sua sorte e a referida empresa feliz da vida.
A nosso ver, sendo um produtor, deveria ter alguma responsabilidade, em termos de backup, para os períodos de fraca produção eólica, porque que eu saiba ainda não existe cobrança de energias renováveis e a Electra trabalha com combustível fóssil e a que preço, sem falar dos custos das manutenções e investimentos.
Neste período, experimentamos algumas sensações de “tranquilidade”, parecendo que estávamos a entrar nos eixos, com alguma solidificação técnica, organizacional e financeira, para de seguida relançarem a ideia de dividir para privatizar em 2016, com a cisão da Empresa em duas empresas Norte/Sul, mais a Electra SA, que não teve sucesso, porque o Sul teimosamente não saía da linha vermelha.
Agora. surgiu a opção Este/Oeste, em que todas as três empresas, terão Norte e Sul, na tentativa das perdas serem absorvidas pelo Norte, para poderem encontrar parceiros na compra de ações, que achamos uma grande injustiça, porque todos sabemos que o Sul tem capacidade de sustentabilidade, caso mudarem da mentalidade, que tornou cultural, de furto e roubo de energia, enraizada na Ilha de Santiago pelos que mais podem pagar, o estado e privados, população é café pequeno, mas se ajudarem, a Empresa poderá alavancar e dar um salto de gigante.
Na nossa opinião, dada a descontinuidade territorial, deveríamos voltar a estaca inicial dos finais dos anos 70, em que foram criadas as empresas ilha e que a ilha do Sal poderia servir de exemplo, como sempre fez o papel primordial de experiência piloto, apesar da sua pequenez e população reduzida.
Na ilha, existem duas centrais térmicas, uma pública e uma privada, também uma empresa de energia renovável eólica e agora um renovável solar de parceria Público-Privada, sendo que, em todas elas, quem sofre mais é a térmica publica por ser do âmbito nacional, já que a Cabéolica, mesmo sendo a nível nacional, não tem problema, porque só fatura e a manutenção dos equipamentos eólicos é irrisória, comparada com a térmica.
Penso que com a formação de um ponto de gestão na ilha, para fazer a gestão de penetrações, distribuição e cobrança, as empresas de produção vendiam energia e água a esta empresa, salvaguardando a boa penetração das energias renováveis, com a unificação, tanto da rede publica elétrica, como da água, eliminando as perdas em ambas, com a construção de tanque de armazenamento de água, que garanta a alimentação da ilha, pelo menos por 3 dias, em caso de avaria na produção da eletricidade ou de água.
Isso porque já podemos prever o funcionamento entre empresas, com o exemplo da EdS, que deve à Electra, milhões de contos.
Ficam as seguintes perguntas:
Quanto as perdas quem as vão assumir, produção EPEC, distribuição EDEC, Sistema elétrico ONSEC?
Como vai funcionar a Tesouraria das referidas Empresas? Será que as empresas vão ser subsidiadas ou viver de avales do Estado de Cabo Verde para fazer gestão, como as Empresa TACV e CV InterIlhas? Isso nos preocupa e muito.
Vamos fazer figa e acreditar que tudo vai dar certo.
Estaremos aqui se Deus quiser para render a nossa homenagem, pois, caso estivermos enganados, o erro é humano, daí o ver para crer.
Fica aqui a nossa dica.
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments