O Governo brasileiro anunciou segunda-feira novas ações militares contra a mineração ilegal na terra Indígena Yanomami, depois da atividade ter sido reativada na região da Amazónia brasileira.
Interromper o fluxo logístico das atividades de apoio à mineração ilegal, destruir a infraestrutura que o sustenta no meio da selva e apoiar a assistência humanitária aos indígenas da etnia estão entre os objetivos da operação.
Membros uniformizados do exército, da marinha e da força aérea participarão na operação e serão mobilizados até 31 de dezembro deste ano, de acordo com um decreto emitido pelo Ministério da Defesa.
A medida, publicada hoje no Diário Oficial da União, foi anunciada pelo Governo brasileiro depois de avaliar a situação do povo Yanomami, um ano após o lançamento das primeiras ações emergenciais para deter a crise sanitária sofrida pelos indígenas da região.
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, lançou essas ações uma semana após assumir o seu terceiro mandato, a 01 de janeiro de 2023, depois de testemunhar em primeira mão a fome, as doenças e a falta de assistência sofrida pelo povo Yanomami, vítima da invasão das suas terras por cerca de 30 mil mineradores ilegais.
O avanço da mineração ilegal, que polui os rios e destrói a floresta amazónica, causou dezenas de mortes de Yanomami nos últimos anos, em consequência de desnutrição, pneumonia e diarreia.
Apesar das medidas de emergência, incluindo o encerramento temporário do espaço aéreo e a mobilização das forças armadas para expulsar os invasores, a mineração ilegal voltou devido à falta de uma presença permanente da polícia, o que significa que a situação na região continua "catastrófica", de acordo com um relatório divulgado este ano pela ONG Survival.
Na semana passada, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que 94,8% dos indígenas de nove aldeias Yanomami da Amazónia brasileira apresentam altos níveis de contaminação por mercúrio, o metal líquido tóxico despejado nos rios.
A Terra Indígena Yanomami, localizada nos estados amazónicos de Roraima e Amazonas, na fronteira do Brasil com a Venezuela, abriga cerca de 30 mil indígenas.
A Semana com Lusa
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