sexta-feira, 14 março 2025

A ATUALIDADE

Seis em cada dez estudantes já foram vítimas de assédio sexual em Moçambique - estudo

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Seis em cada dez estudantes que frequentam o ensino superior em Moçambique já foram vítimas de assédio sexual praticado pelos seus docentes, segundo um estudo lançado pela organização não-governamental (CIP) Centro de Integridade Pública (CIP).

O estudo “Assédio sexual no ensino superior em Moçambique: quando a vítima é filha alheia ninguém se preocupa”, lançado na terça-feira, é baseado em pesquisa de campo em oito instituições do ensino superior na cidade de Maputo e nas províncias de Tete, Manica e Inhambane.

“Mostra-se que entre 2019 e 2022, das 30 denúncias de assédio sexual nas instituições de ensino superior, a maioria, 15, terminaram arquivadas. Entretanto, seis dos casos estão em andamento e nove, apenas, conheceram um desfecho que culminou com a punição dos implicados”, refere-se na pesquisa.

“A grande maioria não chega a denunciar por temer represálias e as poucas [estudantes] que têm a coragem de denunciar não encontram acolhimento de quem é de direito”, acrescenta-se.

O CIP assinala que o assédio continua a ocorrer nas instituições de ensino superior, apesar de ser criminalizado e punido pelo Código Penal moçambicano.

“O número de denúncias está longe de espelhar a realidade de casos existentes, devido à falta de credibilidade nos mecanismos de denúncia e proteção das denunciantes”, sustenta-se no estudo.

Segundo a mesma fonte, 80% de processos resultantes de denúncias de assédio sexual apuradas resultaram no arquivamento, devido à falta de provas materiais.

 “A dificuldade em apresentar provas materiais por parte das denunciantes foi usada pelas instituições para justificar o arquivamento de 12 processos de assédio sexual, que representam 80% do total de 15 denúncias arquivadas”, diz-se no texto.

Em alguns casos, denúncias de assédio sexual envolvendo estudantes chegam a dar entrada no Ministério Público e nos tribunais, no entanto algumas denúncias acabam por ser arquivadas, refere-se.

O CIP observa que os mecanismos institucionais existentes não especificam que elementos devem ser usados como provas de ocorrência de assédio sexual.

O regulamento de combate à corrupção e assédio sexual, aplicado no ensino técnico-profissional, apenas diz que “as denúncias devem conter o máximo de informação possível para permitir a responsabilização dos infratores, desde a identificação do denunciante e do infrator, a descrição dos factos, até à indicação de testemunhas”, sublinha-se na pesquisa do CIP.

“No país, apesar de as instituições de ensino reconhecerem o assédio sexual como um problema, ainda não estão suficientemente preparadas para lidar com os casos denunciados (…). Apenas duas instituições do ensino superior estabeleceram canais específicos para denunciar e investigar casos de assédio sexual”, destaca-se no estudo.

Na pesquisa, recomenda-se a adoção de um diploma legal específico para combater o assédio sexual no ensino superior e a criação de órgãos sociais independentes que funcionem fora das universidades, para tratarem de questões de denúncias de assédio sexual aos estudantes.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior deve criar um regulamento de prevenção e combate ao assédio sexual no ensino superior.

Deve ser incluída a resolução de casos de assédio sexual nos indicadores de qualidade, para medir o desempenho das instituições do ensino superior, e reforçados os mecanismos que garantam a proteção de denunciantes, para evitar possíveis retaliações e incentivar as denúncias, defende-se no estudo.

A Semana com Lusa

3 de Abril de 2024

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Colunistas

Opiniões e Feedback

Mindoca
15 hours 4 minutes

O que esse homem quer é fazer prova de vida. É que ele parece que está vivo, mas não está. Nem agora nem quando ele foi ...

Terra
20 hours 45 minutes

Deve ser fiscalizado antes de sair de Cabo Verde tb o dinheiro de contracto deve ser investido nos coitados de Cabo Verde nao ...

liberdade
1 day 20 hours

Mesmo complicado se ha verdade adiver essas brucracia pela mor de Deus?

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