Dois marinheiros russos que estavam retidos há mais de um mês no porto da capital de Moçambique, Maputo, foram libertados e regressaram na quarta-feira à Rússia, informou a Procuradoria-Geral russa.
“Graças ao trabalho conjunto dos representantes da Procuradoria-Geral da Rússia com os seus homólogos moçambicanos, foi possível devolver os nossos cidadãos à sua terra natal”, disse a instituição, na plataforma de mensagens Telegram.
As autoridades identificaram os marinheiros como Veniamin Krivitsky e Viktor Abusagitov, e explicaram que se tornaram “reféns financeiros” de uma “disputa de propriedade entre duas empresas estrangeiras”, o proprietário do navio e uma empresa moçambicana.
A empresa local reivindicava o pagamento de despesas de manutenção do barco, pelo que se recusava a emitir os documentos que permitiriam a saída dos marinheiros de Moçambique, cujos passaportes foram entregues ao serviço de migração moçambicano.
“A assistência aos marinheiros por parte da Embaixada da Rússia foi complicada pela impossibilidade de aplicar a Convenção do Trabalho Marítimo de 2006, cujas disposições não se aplicam aos navios pesqueiros”, afirmou o ministério russo.
O comunicado não identificou a embarcação nem as empresas envolvidas na disputa.
Em 02 de fevereiro, o embaixador da Rússia em Maputo, Alexandre Surikov, pediu às autoridades moçambicanas que confiscassem o navio pesqueiro “Volopas” e libertassem os marinheiros, alegadamente retidos há oito meses no porto da capital Maputo, considerando a tripulação “vítima de uma disputa puramente comercial”.
No navio pesqueiro “Volopas”, de 53 metros de cumprimento e com bandeira dos Camarões, já sem combustível ou eletricidade, estavam russos, ucranianos e um lituano.
Após meses atracado, sem sair para o mar, os últimos cinco tripulantes cansaram-se e, no final de janeiro, colocaram no casco do navio pesqueiro um cartaz pedindo o regresso a casa.
A Semana com Lusa
22 de Fevereiro de 2024
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