sexta-feira, 22 novembro 2024

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Níger: Migrações para Líbia e Argélia aumentaram com fim da lei que criminaliza tráfico - OIM

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As migrações do Níger para a Líbia e para a Argélia aumentaram significativamente desde que a junta militar no poder no Níger revogou a lei que criminalizava o tráfico de migrantes, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“Desde dezembro de 2023, os fluxos em geral não param de aumentar”, refere um relatório da OIM a que a agência France Presse teve hoje acesso, atribuindo este aumento “à revogação da lei 036/2015”, em novembro passado.

No norte do Níger, um corredor para migrantes subsaarianos a caminho da Líbia, Argélia ou Europa, os fluxos transfronteiriços aumentaram 50% em comparação com dezembro de 2023 e os fluxos “de saída” do Níger 69%, segundo a OIM. Os migrantes são sobretudo de Níger (75%), Nigéria (7%), Chade (5%) e Mali (2%).

A grande maioria dos cidadãos do Níger pratica a chamada migração 'circular' entre o Níger e os países do Magrebe por oportunidades económicas, ao contrário dos migrantes de outras nacionalidades que se dirigem para as fronteiras da Europa.

A controversa lei de 2015 fez do Níger um parceiro estratégico na política de migração da União Europeia (UE).

Em novembro, quando da revogação, a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, manifestou-se "muito preocupada" com a decisão do Níger afirmando que há "um grande risco de que isto cause mais mortes [de migrantes] no deserto" e que provavelmente também levará mais migrantes a irem para a Líbia e "tentarem atravessar o Mediterrâneo" para a UE.

Recentemente a UE suspendeu a cooperação com o Níger na sequência do golpe, em julho passado, que derrubou o presidente eleito, Mohamed Bazoum.

A revogação da lei foi interpretada pela opinião pública nigerina como uma resposta às decisões tomadas em 23 de novembro pelo Parlamento Europeu, em Estrasburgo, numa proposta de resolução que condenava o golpe de Estado e exigia a libertação do presidente deposto, Mohamed Bazoum, e o restabelecimento da ordem constitucional.

Esta lei tinha sido denunciada por várias organizações não-governamentais devido às pesadas sanções que previa. Criticavam ainda o facto de, após a sua aplicação, centenas de pessoas terem sido detidas e dezenas de veículos confiscados nas regiões de Zinder (sudeste) e Agadez (noroeste), através das quais muitos migrantes passam para a Líbia ou para a Argélia.

O transporte de migrantes tem sido, durante décadas, um dos pilares da economia do norte do Níger, uma região desértica localizada em antigas rotas de caravanas e que se tornou um corredor de tráfico de migrantes.

Os militares no poder consideram que a lei foi adotada “sob a influência de certas potências estrangeiras” e que “não tinha em conta os interesses do Níger e dos seus concidadãos”. A revogação da lei foi amplamente saudada pelos habitantes desta região.

A Semana com Lusa 

19 de Fevereiro de 2024

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 12 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 11 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 9 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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