sexta-feira, 22 novembro 2024

A ATUALIDADE

Imigrantes com secundário em Portugal obrigados a pagar propinas como alunos internacionais

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Vários imigrantes que frequentaram o ensino secundário em Portugal estão a ser impedidos de entrar como alunos nacionais no sistema de ensino superior português, ficando obrigados a pagar propinas de estrangeiros, por questões burocráticas.

Nalguns casos são os atrasos no reagrupamento familiar – em que os alunos já frequentam o ensino obrigatório em Portugal mas o processo não está concluído -, noutros verifica-se demora na certificação de documentos e ainda há situações como problemas de moradas ou documentação por concluir.

Hermen Aguiar é um desses casos. O jovem angolano fez todo o ensino secundário em Portugal e como estava numa residência estudantil a morada que tinha não era considerada permanente pela universidade e teve de entrar como estudante internacional.

“Fiz exames nacionais mas entrei pela quota dos estudantes estrangeiros e estou a pagar as propinas por inteiro”, afirmou o estudante de Comunicação Social, em Lisboa, que tem a ajuda dos pais, em Angola, para suportar os encargos das propinas.

“É muito difícil, mas a minha família está a fazer o esforço para ter um filho com formação europeia”, afirmou à Lusa.

O valor das propinas internacionais varia entre os três mil e os sete mil euros anuais, uma verba que foi incomportável para Pamela Stoffel, uma jovem brasileira de 19 anos que está em Portugal desde o oitavo ano.

“Tinha quatro autorizações de residências mais antigas” e “não tinha tempo legal contínuo” para ser considerada como estudante nacional, dois anos.

“Os valores eram impossíveis para mim” e “estive mais um ano à espera” para cumprir os requisitos e concorrer ao curso de Serviços Jurídicos, no Instituto Politécnico de Leiria.

“Tudo isto não faz sentido. Estou aqui desde o oitavo ano, tenho formação portuguesa, amigos portugueses, vida em Portugal. E sou considerada estudante internacional?” – questionou.

Geraldo Oliveira, dirigente da associação Global Diáspora, tem-se dedicado ao apoio de imigrantes, com particular destaque ao intercâmbio de estudantes internacionais.

O dirigente aponta a discricionariedade das instituições de ensino, que, muitas vezes optam por condicionar o acesso dos estudantes, de acordo com o decreto-lei de 10 de março de 2014, que regulamenta o estatuto do estudante internacional, e que “está ultrapassado”.

Para tal, a Global Diáspora tem tido reuniões com os partidos com assento parlamentar para que o concurso de acesso ao ensino superior “leve em consideração as dificuldades” do processo para quem não está legal, mas fez o ensino secundário em Portugal.

“Há universidades que facilitam nos prazos e outras não. Tem de existir uma regra única para estes casos”, salientou, defendendo que as condições de acessos contemplem “não o tempo legal de permanência, mas o tempo de frequência da escola portuguesa”.

Taís Oliveira, 18 anos, é caloira de Serviço Social e soube que a morada que tinha não era regular. Apesar de viver há seis anos no país, a “certidão emitida pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras não estava conforme” e teve um prazo de poucos dias para regularizar o processo.

Caso contrário teria de entrar como estudante internacional, explica Taís Oliveira, que elogiou o comportamento da sua instituição de ensino.

“No meu caso, deram mais algum tempo, compreenderam os atrasos, e consegui cumprir. Hoje estou bem, graças a Deus”, afirmou a brasileira.

 A Semana com Lusa 

18 de Fevereiro de 2024

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 12 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 11 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 9 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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