sexta-feira, 29 março 2024

A ATUALIDADE

Universitários católicos portugueses proporcionam “verão diferente” a crianças em Cabo Verde

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Todos vão a jogo no polivalente das Pombas, na ilha cabo-verdiana de Santo Antão, numa das muitas atividades realizadas no âmbito do Projeto +, em que jovens universitários católicos portugueses proporcionam um “verão diferente” a dezenas de crianças.

Desde cedo percebemos que estamos e viemos todos para o mesmo, e isso é muito importante, que estejamos todos com a mesma mentalidade e com o mesmo espírito missionário e tem sido um trabalho muito bom”, começou por afirmar à Lusa Mafalda Martinho, chefe geral do Projeto + em Cabo Verde.

Com início em 2015 em Portugal, ligado à pastoral universitária da Diocese de Lisboa, o projeto tem uma natureza cristã, para durante o verão proporcionar aos jovens católicos momentos de aprofundamento da sua espiritualidade, formação humana, e ao mesmo tempo prestar serviço.

Iniciativa de uma universitária, o projeto começou com 10 pessoas, mas já conta com cerca de 150 voluntários e quatro missões em Portugal, envolvendo estudantes em Lisboa, mas naturais de vários outros sítios de Portugal.

Desde 2018 – com interrupção em 2020 por causa da pandemia de covid-19 - os grupos aterram em Cabo Verde, para durante cerca de um mês realizarem missão no concelho do Paul, no extremo nordeste da ilha de Santo Antão, com 5.570 habitantes (1,2% do país), segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cabo-verdiano.

Mafalda Martinho, estudante de Farmácia, 22 anos, tem a tarefa de entre dezembro e janeiro começar a organizar toda a logística para quando chegarem ao arquipélago africano estar tudo pronto para iniciar, o que aconteceu este ano em 13 de julho.

E desde então que nunca mais pararam, organizando atividades com crianças desde os 02 anos, mas também jovens até os 18 anos, destacando-se um campo de férias na cidade das Pombas, mas as brincadeiras chegam a várias outras comunidades do município, onde 75,4% da população vive no meio rural, essencialmente da agricultura, pecuária, pesca e comércio.

Cada atividade pode envolver no mínimo de 15 a 20 crianças, mas em dias mais propícios a brincadeiras ao ar livre – tem chovido nos últimos dias no concelho - pode chegar aos 100 participantes, segundo a “projetista” da missão à ilha mais a norte de Cabo Verde.

Mafalda Martinho faz um balanço “muito positivo” nesta que é a segunda vez que participa na missão e disse que regressa a Loures, arredores de Lisboa, com o “coração cheio” e com “novos horizontes”.

Vimos para dar, mas acabamos por receber muito mais e aquilo que nós levamos é mesmo este novo olhar perante as coisas e o olhar que nós damos às pessoas que se cruzam connosco”, afirmou a voluntária no meio do torneio relâmpago no principal polidesportivo do Paul, onde também entra em campo para dar uns toques na bola com a criançada.

Outro dos missionários é Francisco Costal, 23 anos, estudante de Medicina, que é igualmente chefe do Projeto +, que organiza semanas de atividades em Portugal, em missões em Arruda dos Vinhos, Óbidos, Silveira e no Bombarral.

No Paul, além da pobreza material e financeira - é considerado um dos concelhos mais pobres de Cabo Verde – o chefe do projeto constatou uma “grande pobreza espiritual”, pelo que o objetivo é levar “um pouco de alegria” e liberdade de espírito cristão às crianças e jovens.

Dá-lhes horizontes novos, mais largos, sonhos grandes, que elas, às vezes aqui, no meio desta pobreza espiritual, parecem não ter”, lamentou, dizendo que a preocupação é entreter os miúdos, mas estimular outras capacidades sobre profissões, respeito pelo ambiente e pelos animais, mas também virtudes humanas.

Da minha parte, sinto-me em casa”, garantiu o responsável, que nasceu em Algés, mas o avô é natural dos Lajedos, no concelho do Porto Novo, também na ilha de Santo Antão, e para quem a experiência também não podia ser melhor.

É um projeto que mudou a minha vida, abriu os meus horizontes, deu-me a conhecer formas diferentes de viver a vida e a minha fé católica”, descreveu Francisco Costal, nesta que é a sua terceira missão ao Paul, mas que, como todos os missionários, vai fechar a participação no projeto no próximo ano, assim que terminar o curso.

Mas prometeu voltar mais vezes a Cabo Verde, de férias ou em serviço, e garantiu que o projeto voltará ao concelho mais pequeno do Paul enquanto continuar a haver necessidade.

Tem valido muito a pena, e acho que todas as comunidades que já foram missionadas cresceram muito, mas, sobretudo, fizeram-nos crescer com elas, o que acaba por ser mais importante”, sustentou o chefe do projeto em Portugal, vestindo uma camisola azul da seleção cabo-verdiana de futebol e ainda a transpirar no final de um dos jogos com os miúdos.

A par das atividades lúdicas, há também a parte espiritual, que é dirigida pelo padre Nuno Amador, o mais velho do grupo, com 42 anos, que partiu de Lisboa pela terceira vez não só para acompanhar os voluntários, como também a paróquia de Santo António das Pombas, que tem 225 anos.

É uma comunidade viva, bastante disponível, muito acolhedora, preocupada com questões humanas, sociais e também espiritualmente em crescimento”, constatou o padre, que em Portugal trabalha com a pastoral universitária de Lisboa e no Seminário dos Olivais.

O regresso do grupo a Lisboa está marcado para 17 de agosto, e o padre Nuno disse que leva para casa o “empenho” dos paulenses, que vivem com o “essencial”, fazendo muito com pouco e assim superar as dificuldades. A Semana com Lusa

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Colunistas

Opiniões e Feedback

José Anónimo
18 hours 49 minutes

E, porque é que não pedem um parecer aos utentes? Qual é o impacto se um jet-ski provocar um acidente a um banhista?

Meu nome
13 days 21 hours

nhoz fulia mpd na mar nhoz txora so saco plastico ki pod dentu del

José Teodoro de Jesus Cardoso
14 days 15 hours

Concordo contigo Cesar, e quem é contabilista de verdade e ama a sua profissão deve subscrever a este artigo.

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