A Associação de Agricultores e Criadores da Zona Norte da Boa Vista lamenta a falta de apoio das autoridades após as fortes chuvas que deixaram perdas de animais e materiais na zona e critica o “descaso do Governo”.

Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, o membro da associação e agricultor Emanuel dos Santos “Buizin” relatou prejuízos com perdas de animais, plantações, materiais de trabalho, criticando o que considera ser um “descaso” do Ministério da Agricultura com a ilha.

Buizin, como é conhecido, perante essa situação, disse esperar agora a união de todos os agricultores, assim como o apoio da câmara municipal e do Ministério de Agricultura, para "começar tudo do zero", destacando que a Boa Vista tem um “grande potencial” na agricultura, mas tem sido esquecida.

“Esperamos que o Ministério pegue essa causa…Boa Vista tem sido um lugar que tem estado atrás. Tem de olhar por nós porque somos cabo-verdianos iguais aos outros que recebem ajuda…Todos os dias vemos na televisão, que apoio vai a Praia e outras ilhas, mas a Boa Vista nunca chega nada”, afirmou.

Emanuel dos Santos indicou que saiu no terreno no dia 18 com a representação do Ministério da Agricultura, e que ouviram críticas de que a associação não está a fazer nada, mas o responsável associativo esclareceu  que “não tem tido força para fazer muito”.

Segundo disse, apresentam projetos pedindo apoio ao Governo, mas não tem tido respostas satisfatórias, nem com a seca, que os obrigou a limpar os poços para conseguir água.

O membro da associação indicou que para esses trabalhos a Câmara Municipal disponibilizou 900 contos para a limpeza de fontes com escavadoras, mas a ação não avançou muito por falta de máquinas disponíveis na ilha, e sem solução os próprios agricultores tiveram de limpar os seus poços.

Emanuel dos Santos lamentou ainda que o Ministério da Agricultura não tenha se aproximado da comunidade para saber da situação ou oferecer soluções.

"Nós não temos nada contra eles, queremos é estar perto deles para desenvolver a nossa agricultura e colocá-la no mesmo patamar que a agricultura feita na Praia, Santo Antão…ou em outras ilhas que têm agricultura. Queremos que o Ministério da Agricultura chegue perto de nós, que não fiquem afastados em birra…”, afirmou.

Emanuel dos Santos afirmou que os agricultores fazem a sua parte unindo-se para plantar nas hortas da comunidade, mas que não têm tido força suficiente para desenvolver uma agricultura raras vezes produtiva.

Em conclusão, alertou que precisam de apoio para se reerguerem, reforçando o apelo por uma resposta concreta das autoridades.

A Semana com Inforpress